quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Último dia do ano. Foram tantos momentos e tantas surpresas que aconteceram em um espaço de tempo teoricamente extenso, mas que na prática passou relativamente rápido. E agora, quando as horas começam a se agitar ansiosas para alcançar o próximo ano, sentimos uma dor suave e saudosa. São cócegas que nos inquietam e nos fazem refletir sobre tudo que vivemos no decorrer desse espaço de tempo, e nos fazem implorar para que 'voltem, deixe eu viver isso mais uma vez'. Ainda, analisamos os ganhos e perdas do ano, prometendo não cometer mais os mesmos erros daqui pra frente, e percebendo o quanto aprendemos com as escolhas que fizemos, sendo elas certas ou não.
Cada atitude ou passo é um ganho de experiência, é uma fotografia ou uma filmagem, uma cena do nosso filme particular, que ficam gravadas na memória para que possamos revê-las e aquietar um pouco a saudade que nos cutuca.
Às vezes dói lembrar de tudo o que passamos, e perceber as lacunas que poderíamos ter preenchidos e as situações que poderíamos ter contornado. Mas assim é a vida, uma sucessão de fatos, um correr das horas, uma maratona de sentimentos. Viver é sorrir e chorar. E agora, vendo o ano que passou, percebo o quão maravilhoso ele foi para mim. Com toda certeza, aprendi muito, chorei muito e sorri muito. Entrei para faculdade, conheci pessoas maravilhosas, senti saudade de casa, aprendi não estando em casa, aprendi a lidar com situações que eu nunca tinha visto antes.
E ao mesmo tempo que me sinto incrivelmente feliz por esse ano que eu percorri, sinto dor por ele ter passado.

Então, no meio de sorrisos e lágrimas, olho para o céu e aguardo 2010 acordar.

domingo, 20 de dezembro de 2009


Acordei. Abri os olhos hoje, e ao ver o sol se intrometer no meu quarto pela fenda da cortina, senti um sorriso penetrar por entre as minhas bochechas. Um bom sinal, eu diria. Por ser domingo, ainda mais o domingo de advento, fui à igreja com a minha família. Comi alimento duradouro. À tarde, resolvi ir para a piscina. Nadei. Dentro da água, dentro da minha cabeça, dentro dos meus sonhos. Mergulhei por entre meus pensamentos, dirigi meus filmes interiores, ao som de minha própria trilha sonora.

Um típico dia de férias.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Por que? Quando estamos com o coração vazio e livre queremos alguém para preenchê-lo, para sonhar, para almejar. Quando possuímos um intruso em nosso peito, folgado que ocupa a maior parte da nossa traquéia e impede-nos de pegar um fôlego, e que não corresponde a nossa obsessão, queremos um coração sossegado, em paz. E a pergunta que todos se fazem é esta: Por que temos que ter tantas trilhas no caminho se queremos seguir apenas por uma?

Por favor, deixe-me tomar um fôlego.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Como é possível converter em palavras sentimentos que nem eu bem conheço? As palavras me envolvem e me espetam. Revoltadas, se sentem vazias. Querem que eu as preencha com meus sentimentos. O que elas não entendem é que eu também quero arrancar essa pressão do meu peito e transformá-la em doces letras dormindo em um papel. Mas como um maestro pode reger sua orquestra sem saber que música tocar? Me deêm um tempo, impacientes frases, para que eu as organize de forma confortável.
Minhas mãos escorregam pelo teclado, deslizando em suas melhores piruetas, caminham pelas letras, pululam pelos acentos. Os sentimentos teimosos insistem em dormir em minha garganta, e, por um grande momento, preciso parar para pegar um fôlego. Eu preciso de ar. De uma folga.
Saiam, sentimentos! Façam uma pequena pausa.

E assim, eu sou o maestro. Regindo uma grande sinfonia. E assim vou ministrando em todos os lados, juntando acento, número, sentimento, emoção, lágrima e letras em uma criação que atinge todos os sentidos. Quem ouve, lê ou sente se emociona. Adquire para si um pouco do meu sufoco.
E por um minuto, todos choram, todos riem. E tudo é tão mágico. Ao som da trilha sonora perfeita, as lágrimas formam trilhas brilhantes nos rostos da platéia e os sorrisos sentem o gosto salgado. Por apenas um minuto, é tudo tão alvo.

Então, é hora de finalizar a sinfonia. Com o coração mais leve e a garganta mais livre, fecho as cortinas. Os olhos úmidos podem descansar em sonhos mais leves. As palavras e os sentimentos dormem agora em sulcos do papel, se preparando para um novo show.

Pois nesta vida tão intensa, eles também precisam de uma pausa. É um tempo para respirar fundo e se preparar para novas sinfonias.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Um lugar onde só se encontram sorrisos e as lágrimas só aparecem se estiverem recheadas com felicidade. O amor passa e permanece, mas somente se não causar sofrimento a nenhum lado envolvido. Um lugar onde o ticket de entrada é o fechar dos olhos e o abrir da mente e do coração. Um refúgio, uma clareira no meio da floresta densa.

Um viver de olhos fechados, um sonhar de olhos abertos.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Não posso deixar de converter em palavras.

Durante os últimos tempos, tentei viver sozinha, dando desculpas para Deus. E não posso deixar de expressar o quão tola eu fui. A famosa frase "Cada um sabe o que é certo pra si" é falsa para mim. Eu não sei nada, não sei por onde seguir. Mas Ele sabe. Não quero induzir ninguém a acreditar no que não quer. Mas eu garanto que vale a pena. Há tempos venho pedindo a Deus muitas coisas, mas me finjo de desentendida quando Ele me pede algo. Tenho pena de mim.
Há pouco tempo, voltei a olhar Deus de frente, a conversar com Ele. E posso dizer que Ele preencheu o vazio que eu sentia. Fez toda a diferença. As coisas que eu pedia foram aparecendo à medida que eu cumpria o que Ele me pedia. Um relação de carinho mútua, com ganhos recíprocos.

O meu coração andava vazio. E eu me sentia angustiada e sem rumo. Meu coração desesperado procurava por todo lado. Mas a bússola que me guia finalmente pode apontar para um rumo. E estou totalmente grata por Ele me dar alguém para amar.

É inexplicável. Eu estava tão acostumada com o vazio do meu coração, que o recheio implantado ali dentro me provoca uma sensação estranha. Encontrei finalmente o X do meu mapa.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Procurei entre a fumaça, as árvores e o aglomero de pessoas, por todos os lados, em todas as direções. Inúmeras vezes pensei ter visto você chegando. Perda de tempo, eu diria, porque você vive dentro de mim, marchando em meu coração, protagonizando meus sonhos e latejando meus vasos sanguíneos. Invade meu sono, penetra no meu dia. Você nunca poderia chegar, porque você já estava ali.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Porque ter um coração arrancado e pisoteado não pode doer mais do que ter um coração vazio, sem ninguém para ocupá-lo.

domingo, 8 de novembro de 2009

A vida tem um início, um meio e um fim. Por essa trajetória costumamos acertar e errar, levantar e cair. Tropeçar muitas vezes. Eu, particularmente, já caí muitas vezes. As causas desses tropeços convergem sempre para uma lacuna entre mim e Deus. E é ele que sempre me levanta, mesmo quando eu fechava os olhos para Ele.

A vida tem um início, um meio e um fim. Eu, agora, estou rumando para o horizonte, no qual finda uma vida e inicia a outra, na qual o céu será mais azul do que nunca. O meu fim será, com toda a certeza, a melhor parte da minha vida e o início da melhor parte da minha existência.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Preciso de um valor infinito pra contabilizar a angústia que eu abrigo agora em meu peito. Possuo um buraco, que não possui nem ritmo, nem vigor. Só silêncio.
Só queria ainda poder acreditar que você trará a peça que falta em mim e descobrir se a felicidade tem mesmo gosto de pirulito de morango.

domingo, 1 de novembro de 2009

Hoje olhei para o céu. E hoje me dei conta que as nuvens realmente parecem algodões. Elas nadam pelo mar azul elegantemente numa perfeição assimétrica. Resplandeciam paz.

É esse tipo de cena cotidiana que nos leva a pensar o tamanho da nossa insignificância. É esse tipo de momento que nos deixa estarrecidos frente a perfeição que nos rodeia. E sou obrigada a agradecer a Deus por sua inigualável perfeição. Por pintar as nuvens macias e brancas, com gosto de algodão doce.

Por um segundo tive vontade de pular e me agarrar nas nuvens. Pra poder mergulhar nessa paz macia.
Um momento em que é impossível não acreditar.

domingo, 27 de setembro de 2009

Caminhava pelas ruas com a música do mp4 enchendo meus ouvidos. O vento me arrastava, mas eu não sentia. Não enxergava nada a não ser meus próprios pensamentos.
O ambiente a minha volta não tinha cor, não tinha cheiro, não tinha sons. Eu não sentia nada.
Eu vivia apenas meu interior.
Sufocada com cenas, cheiros, dores e amores encontrados só na minha cabeça, respirava um ar denso. As pessoas a minha volta passavam distraídas e as árvores se curvavam em reverência ao forte vento. Eu queria gritar.

Às vezes, eu queria que o mundo parasse de girar apenas por um segundo. Pra eu poder tomar um fôlego.

sábado, 12 de setembro de 2009

"Não posso sair desse jeito, e se eu encontrar o amor da minha vida?"

Ela tinha essa frase como lema. Não importava aonde ia, seja a uma festa ou uma simples ida ao mercado. A aparência, o cheiro, a cor deviam estar perfeitos.
Não sei se foi por uma rasteira do azar ou ironia do destino, mas seu super herói a pegou de surpresa. Seu cabelo estava desgrenhado e sua maquiagem escorria. Sua roupa estava amarrotada e seu perfume já devia ter se diluído no ar. Que tristeza, ela pensou.

No entanto, ele só focalizava a mais bela raridade que ele já vira.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

E foi por achar que estava tudo errado, que percebi que habitava o quadro que sempre idealizei em meus sonhos. Não tem a perfeição que eu almejava, mas tem a transparência e pureza adequadas. Só tenho a agradecer a todos aqueles que me ajudaram a desenhar meu rascunho na minha antiga tela branca. Um tela macia e fofa, com cheiro de expectativa. Agradeço a aqueles que pincelam meus desenhos e colorem meus rabiscos. A aqueles que usam tintas com cheiro de emoção e gosto de lembrança.
Hoje só tenho uma parte da minha tela colorida. O resto está em branco, como um convite. Só existem as fibras convidativas da tela e meus sonhos com gosto de pirulito.

sábado, 29 de agosto de 2009

Te sinto tão próximo, mas não te vejo.
Espero anciosamente pelo dia em que as nuvens se abrirão e te deixarão brilhar sobre mim.

sábado, 22 de agosto de 2009

21.08.2009


Foram dezoito anos felizes. Alegrias me visitaram, tristezas me assolaram. A maldade esticava o pé na minha frente para que eu caísse, mas a amizade, o consolo e o amor sempre me deram a mão e me reergueram. Foram quedas que me trouxeram conhecimentos, quedas que ensinam.
A todos aqueles que participaram dos meus 18 primeiros capítulos, devo reconhecer que seus nomes aparecerão nas referências e na dedicatória, e me atrevo a dizer que talvez não só uma vez. Foram 18 capítulos com páginas incontáveis, trechos coloridos, pedaços de arco-íris, gosto de algodão doce, cheiro de pirulito, desenhos de trovões, cheiro de chuva, lambidas de amor. Experiências que pintaram com tinta óleo seus conhecimentos, sentimentos que dormem nos rabiscos e encantam com sua doçura. Muitas pessoas passaram por meu livro e deixaram suas marcas, assinaram seus nomes, desenharam seus rabiscos, compartilharam suas vidas, pintaram suas mãos com tinta guache e deixaram seus pedaços na minha parede.
A criação desse livro devo a alguém cujo nome me conforta. Dedico a ele não só estes meus primeiros dezoito capítulos como todo o resto do livro. Juntos o arremataremos e costuraremos seus pontos finais com linhas coloridas. Entrego este livro a ti, Jesus.


São palavras que descrevem, letras que me preenchem, acentuações que me temperam, pontos finais que me arrematam.

São 18 capítulos que definem e colorem os 18 melhores anos da minha vida.

domingo, 16 de agosto de 2009

Preciso desabafar. Preciso. Preciso tirar toda essa ânsia de sentimentos que habita meu peito e me sufoca. Me enjoa. Estou sem ar, e isso está me torturando. Meus braços se encolhem procurando calor. Meus olhos fecham, porque já não há nada que me chame a atenção. Como se meus olhos não achassem nada que fosse digno de ser observado.
Quero vomitar esses sentimentos. Sentir o ar entrar no meu peito e se aninhar no meu pulmão. Deixando quente. Me afundar na cama, e pedir que 'por favor, colchão, me aninhe'.
Estou me sentindo sufocada, e eu não sei porquê. Me dobro, me ajoelho pedindo que o ar penetre. Mas tem uma barreira no meu peito. Meu coração não suportou toda a carga e deixou todo o bolo de emoções extravasar pela faringe, traquéia. Meu estômago se revirou, e meu pulmão clamou por um ar para aquecer.
Meus olhos simplesmente se abaixam procurando algo para procurar. Ou simplesmente se levantam em direção ao céu, de onde acreditam que virá o socorro.
Nada mais me importa, se não seguir em frente e fazer o que é certo. Preciso um rumo, um caminho. Uma seta! Uma seta que aponte para onde devo ir, um manual que diga o que eu devo fazer. Quem sabe assim evito que sentimentos se aninhem no meu peito, me bloqueando.

Tudo que eu quero é vomitar isso que me sufoca;
encontrar um rumo e seguir sem medo.
Manuais são previsíveis. Mas eu não sou.
Caindo é que se aprende, vivendo é que eu vou escrever as lições do meu próprio manual.


Me ajoelho na grama ainda úmida e deixo que o sol penetre por toda minha pele; seu calor desliza por mim e me aquece. A vida que emana do ambiente me envolve. São momentos que confirmam que vale a pena viver. Porque há uma razão para existir.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Amizades são como cristais que eu coloco na minha estante pra enfeitar minha vida. São minhas flores, que perfumam e me envolvem, me fazem feliz. É preciso cuidar, tirar a poeira da vidraria, regar e adubar para que não murchem. Foi num simples descuido, que eu deixei um cristal cair. A dor que causei nele não se compara a dor que me dilacerou. E por mais que eu cole seus pedacinhos, talvez não seja mais o mesmo.
Quebrar um de meus cristais me quebrou.

A dor não me deixa continuar.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

É normal reclamarmos de um amor não correspondido. De sonharmos com alguém que não nos quer nem em sonho. De pensarmos o dia inteiro em alguém que não tem nenhuma noção do que habita nossos pensamentos. É normal. Todos passam por isso, pelo menos uma vez na vida. Dói. Eu sei que dói.
Mas não dói mais do que ter um coração sem habitante. Do que ter sonhos com um príncipe sem rosto. Não estar apaixonado por alguém é confuso, é estranho. É estar sem rumo. A espera de alguém que venha preencher nossa mente.
O amor é complicado. É melhor amar e não ser correspondido ou simplesmente não amar ninguém? Difícil.
O melhor é o sentimento de ser amado, obviamente.
É possível isso no mundo? É claro, eu acho.
Parece então para mim que é mais fácil não amar ninguém e ficar esperando seu príncipe encantado chegar no seu lindo cavalo branco.


Ou então decidir que nessa história é a princesa que vai buscar o príncipe despida de tradições e clássicos, buscando a felicidade acima de contos de fadas. Vivendo a realidade de um mundo moderno e complicado, utilizando a felicidade e a magia das histórias que ouvíamos quando éramos crianças. Histórias que são belas e ensinadas como regras.

O amor não tem regras. Cada pessoa é uma excessão.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Não sei como você é, nem como é o seu jeito. Não sei do que você gosta, nem o que costuma fazer. Não sei o que lhe irrita, não sei o que lhe faz sair do sério. Não sei onde você está agora.
Mas eu sei que você existe. Sentada no parapeito observo as nuvens descobrindo o sol. Um dia serão elas que me observarão descobrindo você.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Rápido e indolor como arrancar um bandaid da pele, simples e complexo, aconteceu. A pele então cicatriza, e guarda marcas do que um dia ocorreu. Está pronta para novos desenhos.

sábado, 25 de julho de 2009

Por um segundo, pensei que todas minhas paredes estava desmoronando. Que meu chão havia sumido, e eu caía em um buraco sem fundo. O ar me faltava. Eu sufocava. Meus guardas falharam, deixando os invasores entrarem. Me demoliram. Transformaram-me em ruínas de um castelo que um dia fora fortemente fechado e protegido. Tudo ficou cinza e seco. As janelas, mergulhadas agora num mar de sal, tentavam pedir ajuda para alguém que passasse. Mas ninguém pararia. Ninguém quer ruína de gente.
Felizmente a sala de máquinas ainda funcionava. Batia numa marcha de recomeço. Foram segundos de derrota, seguidos por sorrisos de recomeço. Porque, felizmente, no mundo, sempre há construtores de castelos que vagam por aí procurando um castelo para reconstruir.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Vivo no meu mundinho fechado. Olho só pra dentro, e respiro a chuva que embaça o vidro do meu lado. Não que eu seja egoísta. Não sou mesmo. Mas gosto de sentir intensamente, observar a chuva escorrer na janela, ouvindo músicas que despertam o cair das minhas lágrimas. Não gosto de ficar deprimida, não entendam isso. Mas eu admiro o viver a emoção, o sentir o que eu verdadeiramente sinto. Deixo que os meus pensamentos e sentimentos fluam, junto com a chuva, clareando minha cabeça e preparando meu coração para novas marés de emoções. Assim, sento, escuto, respiro, sonho, penso. E a chuva me lava.
Meu céu fica limpo, e estou preparada para novas ondas de sentimentos.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Sentada no jardim, ela esperava por ele. Seu Romeu. Ela não sabia o que pensar, o que fazer. As lágrimas eram duvidosas e coloriam sua face. Estava cansada de esperar. E ele não chegava. Todos diziam o que ela devia sentir, o que ela devia pensar. Mas tudo que ela queria era que ele a levasse para um lugar onde ficassem sozinhos. Onde pudessem fechar os olhos e sentir o que quisessem. Onde não poderiam ser vistos por ninguém. Onde teriam um livro no qual eles mesmos escreveriam sua história, perfeita, detalhada, sem erros, sem intromissões de pessoas que não sabem o que verdadeiramente sentiam.
Ele não chegava, mas ele existia. Estava perto, ela podia sentir.
Ela chamava por ele, ele não respondia. E ela implorava, 'só diga sim'.

Em algum outro lugar, a distância não se sabe, havia alguém que procurava uma certa pergunta para responder sim. Ele chegaria, não há dúvidas quanto a isso.
E o livro estaria pronto para começar a ser escrito. Seriam Romeu e Julieta com final feliz.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Deixe-me flutuar e esvaziar meus pensamentos. Preciso assimilar. A cortina de água na frente dos meus olhos já está se abrindo, permitindo que eu entenda o que realmente será bom. Assim será melhor.
Gracioso ponto final, permito que saia das linhas de letras do papel e deixe-me utilizá-lo para finalizar coisas que precisam ser acabadas. No entanto, tudo que foi construído não morrerá, mas ficará como um forte, para o qual os olhos voltarão saudosamente. Serão apenas mãos dadas agora. Não mais do que isso.

O que tiver que ser será, já dizia o poeta.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

As lágrimas que agora derramo não podem ser explicadas com os sorrisos de ontem. Ou até podem. Sorrisos que ficaram na lembrança, e que hoje não posso mais visualizar. Ficaram como memórias, que chovem dos meus olhos. Não tem como não lembrar, como não sentir. Não chorar será permitir que a dor viva dentro de mim, apagando todas as boas lembranças vividas. Não posso mais lhe ver, mas posso reviver. Chorar vai tirar as lágrimas da frente dessas memórias, desanuviando-as. Como se as lágrimas pudessem lavar as memórias, desembaçando-as. Bobas são aquelas pessoas que dizem 'Não chora, menino!"

Chorar lava não só a alma, mas como tudo aquilo que você viveu. Renova as lembranças, não permite que a dor embace as memórias boas.
Cada lágrima que derramo agora é para poder lembrar mais de você. Assim, em meio as lágrimas que lavam meu rosto, sorrisos salgados se abrem. Por que tanta dor? Se tudo que vivemos foi tão feliz?
Por isso, chora, menino! Permita que seu cérebro deixe seus olhos visualizarem as boas memórias que estão por baixo da dor.


- Eu te amo, bisa. Cedo ou tarde, a gente vai se encontrar de novo.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Porque a dor que um dia escorreu pelos meus olhos não pode ser comparada à alegria que hoje valseia no ritmo do meu coração.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

As lágrimas de saudade pingaram no chão. A solidão me pressionava. Todos estavam do meu lado. E eu me sentia só.
Sozinha, no meio do aglomero. Acompanhada de solidão.
Contraste? São lágrimas saudosas que não pingam dos olhos, mas, sim, do coração. Lágrimas de sangue, pingos de saudade.
Chorá-las dói, mas não mais do que guardá-las.
A blusa salpicada era um registro de sentimentos. Saudades pontilhadas.
Em breve secariam. Como se nunca tivessem existido. Nada provaria que elas caíram.

São apenas marcas passageiras de coisas que ficam gravadas pra sempre.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

As lágrimas que antes derramava proporcionavam-me letras e palavras para expressar minha dor. A tristeza que apertava meu peito, subia até a minha garganta, sufocando-me, e procurando um jeito de sair para o meio externo. Saim em forma de textos e frases emocionantes que exalavam um cheiro, e pingavam sentimentos. Era minha compressão interna em forma de rabiscos num papel. Minha dor ficava na tinta da caneta e meu coração aliviava.
É estranho estar feliz. As frases me faltam. Fico sem palavras. Sorrio, ofego, observo. Desenho seu rosto com os dedos, e não preciso de sons. Pra que palavras, se o silêncio já diz tudo? A respiração ofegante, comprimindo um peito contra o outro, mostra que os sentimentos estão ali dentro e não querem sair do coração.

sábado, 13 de junho de 2009

Senti as batidas do teu coração junto ao meu peito.
E percebi que nossos corações estavam entrando em sintonia.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

O silêncio era soberano. As lágrimas fugiam sorrateiramente, como gotículas de cristal, rolando e deixando uma marca brilhante em minha face. Pingavam no chão. Os raios invadiam a cena, refletindo a pequena pocinha e os olhos molhados. Eu estava quente, e sentia bem a trilha gelada e salgada no meu rosto.
O pijama, que eu ainda não tirara, estava salpicado. Salpicado de gotinhas com sentimentos.
Dali a pouco, eu não sentiria mais nada. Os sentimentos saíam do peito, se convertendo para o estado líquido. Viravam lágrimas doídas.

As lágrimas estavam indo embora. Levavam consigo coisas que eu não queria mais.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

O frio me envolveu como um mando enregelado. Foi instantâneo. Ele viera junto com o breu, confundido-me com suas densidades. O calor evaporou-se num segundo. Tudo se dinfundiu em vários planos. Eu perdi meu foco. Foi um momento claustrofóbico em meio ao grande espaço em que eu me encontrava. O ar era carregado de sentimento e cheiro de emoção. Era um cheiro branco, áspero e gelado. Minha inspiração tornou-se exaustante, meus pulmões pareceram murchar. O ar não queria entrar para os meus pulmões, por mais que a diferença de pressão entre eles ordenasse. Era uma sala grande, e vazia. Tudo tão branco, em meio a janelas que deixavam a névoa gelada entrar no cenário, como uma noiva de gelo. A vontade era de dançar e fazer com que meu corpo ocupasse cada pequena porção daquele espaço, de modo a inspirar todo ar possível. O grito entalado na garganta, não saía. O ar o comprimia de volta ao meu peito, enregelando minha garganta. O frio me cobria, arrepiando-me. O ar pesava nos meus ombros, forçando-me a ajoelhar-me. No entanto, a densidade me envolvia por completo, fazendo-me flutuar. O espaço branco, o meio das nuvens, o mergulho no gelo.Em meio àquela mistura de brancos, cheiros, pesos e compressão, eu me encontrava. Na minha cabeça não residia nenhum pensamento. Tudo era tão intenso. E tão vazio. Um vazio complexo, cheio de coisas. Um espaço sem nada, tão cheio de tudo. Tudo branco.
Era o branco, era a densidade. Meu pântano congelado particular. Meu esconderijo secreto. Meu branco, meu frio.

A primavera logo chegaria. Levando meu gelo embora.

domingo, 31 de maio de 2009

Eu sou uma pedra.

"Eu sou uma pedra."
"Uma pedra?"
"Pedras são resistentes e impenetráveis. As coisas que lhe atingem quase não lhes danificam. Pedras são seguras, confiantes. Têm a beleza de uma fortaleza, que guarda tesouros misteriosos.
As facadas que tentam lhe atingir não as destroem, não as danificam, não as desmoronam. Deixam apenas sulcos, cicatrizes de algo que ocorreu um dia. Mas não causaram dor, nem causarão.
Pedras são mestras. E não é qualquer um que tem acesso ao seu interior.
Ser uma pedra é ser seguro. Ter força diante de tudo que vem. É ser forte, ser corajoso para perceber que as facadas da vida doem só no momento. A dor passa. As marcas ficam.
Marcas de uma vida inteira de obstáculos vencidos riscadas na superfície de uma rocha. Mas as facadas não conseguem acessar seu interior.
As pedras são bonitas de uma beleza corajosa. Elas sentem dor, mas não demonstram. Agüentam, superam. Afinal, em breve, a dor seria apenas mais uma marca no registro riscado de sua vida."

A beleza de ser uma rocha é saber proteger a flor existente ali dentro.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Questão de resistência

O papel está em branco hoje. Não me faltam palavras, elas sempre estão aqui. Tampouco inspiração. Esta vem de dentro, mora comigo. O papel está em branco porque meus sentimentos resistem em sair do meu peito. Eles estão confusos e parecem preferir o aperto do meu peito à maciez do papel. Hoje, os sentimentos não querem adquirir a distinta forma de letras. Não querem ser definidos por pontos finais. Tudo bem.
Eu vou dormir, e eles vão mergulhar nos meus sonhos.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Busca perolada

Quando eu era pequena, papai me disse que eu era um pérola. Encontrada no fundo do mar, dentro de uma concha. Depois de muito esforço, fui tirada de lá e fui tratada com o maior cuidado possível. Era cuidada com devido valor, e carregada e vigiada atentamente. Mas papai me disse que não poderia cuidar de mim o tempo todo, e que eu precisaria encontrar um outro encarregado. Mas quem, papai, saberá tratar-me com o zelo que você me tratou até agora? Papai me contou que haveria alguém nesse mundo disposto a me proteger e me vigiar atentamente que nem ele fazia. Bastava eu esperar. Ele apareceria.
Candidatos apareceram. Mas eles não tinham o carinho necessário para me manusear. Eu era uma pérola, precisava de cuidado. Eles não sabiam. A pérola precisa de atenção. Nem todos estavam dispostos a isso.

Em outro lugar, havia alguém angustiado. Ele sentia que tinha algo esperando por ele. Algo que contava com a sua ajuda. Ele procurava por isso. Anciava por isso.

A pérola esperava. O joalheiro procurava.
Só ele saberia transformá-la na jóia mais perfeita.

Muitos poderiam tentar. Mas só um iria conseguir.



- A indiferença me nauseia.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Feliz para sempre

Então o príncipe beijou Branca de Neve e retirou do sono que a embalava. Eles casaram e ele a levou para o seu castelo. Para viverem felizes para sempre. Rapunzel era prisioneira em uma torre, mas seu príncipe a salvou. Eles viveram felizes para sempre. A pequena sereia se apaixonou por um humano. Ele era seu príncipe. Viveram felizes para sempre. A bela se apaixonou pela fera. Mas a fera era na verdade um príncipe. Eles casaram e viveram felizes para sempre. Jasmim não gostava de nenhum dos príncipes que seu pai lhe apresentava. Ela conheceu um rapaz pobre na rua. Ele era seu príncipe. Eles casam e ficam felizes para sempre.
Lindo, né? "Pára de sonhar, filha!"
Alice não acredita no impossível. Mas a rainha lhe disse que era preciso aprender a fazê-lo. Quem determina o limite da possibilidade? O que é impossível para você pode ser muito possível para mim.


Está na hora de eu escrever meu próprio conto de fadas.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Silêncio.

Eu ouvia sempre. Eram batidas ritmadas, com sintonias agitadas. Numa hora era samba, na outra era rock. Elas não paravam. Eram agitadadas, barulhentas. Não conseguia me concentrar em nada. Elas roubavam meu sono, e me faziam dançar no seu ritmo. Ritmo extressado. Era meio sufocante. Eu ia enlouquecer se elas não me deixassem, ou se, pelo menos, não me dessem um tempo.
Então ele chegou. Foi rápido demais, e eu demorei pra perceber que as batidas haviam sumido. Ele viera com novas sintonias confortantes e tranqüilas, que tomaram o espaço das batidas agressivas. Elas me acalmaram. Me fizeram sorrir.
Ele chegou e trouxe uma calma ao meu tambor inquieto. Agora eu podia dormir.

Meu super herói me salvou. Silenciosamente.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Orquestra

Ajudem-me, palavras, porque só vocês podem me desengasgar. Dancem, dedos, pelo papel e registrem a sintonia do maestro que lhes regem. Saiam sentimentos e se convertam em letras, pontuações e sinais gráficos para que eu possa guardá-los no papel e não mais comprimí-los em meu peito. Desgastem, mãos, de tanto escrever, até liberarem os meus anseios escondidos. Braços, mãos e dedos, regidos pelo grande maestro, o coração, que dita a sintonia, dancem a valsa que lhes é imposta. Fiquem leves para que os sentimentos possam correr por vocês e se abrigar nos sulcos do papel que o lápis cria. Palavras, quem as criou, talvez não soubesse o grande feito que fizera.
Mãos que dançam pelo papel, dedos que sapateiam. O coração rege, e os braços valseiam. Que linda osquestra formam! A música é suave, aliviante.

Que a orquestra finde com um ponto final. A fim de impactar. Silenciosamente.
Os sentimentos são liberados e dançam na minha frente, felizes por terem um grande espaço para flutuar. Assim vão dormir agora nas marcas que o lápis deixa no papel. O coração agora vai ficar aliviado por estar vazio, novinho. Pronto para receber novas sintonias para reger.
Os sentimentos já não são sentimentos. São letras, pontuações e sinais gráficos que descansam sob o papel. Ponto final. Fim do ato.

Fecham-se as cortinas. Abre-se o coração.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Amizade

Como é possível converter saudades em lágrimas? Sentir aquela dor aguda no peito, que sufoca. O grito não chega a sair. Ficou entalado na garganta. Sufocando. Eu quero chorar, mas não consigo. O fôlego entalou. Tudo o que eu posso fazer é sentar e reviver na mente os momentos a que eu tanto quero voltar. A saudade é cruel. Ela machuca. Ela sufoca.
Como é bom reviver os momentos todos que nós passamos, meninas. Momentos divertidos, engraçados. Momentos de brigas, sérios. Só queria ter a chance de poder voltar e fazer tudo como foi feito. Todos os abraços, apoios. Tão necessários, e agora tão longes. Só queria poder voltar um pouquinho e sentir a felicidade que sentia. Eu sabia disso.
A lágrima é salgada. Mas as lembranças são doces.
Foram tantas histórias, tanta vida vivida. Tanto sentimento disposto, tanto apoio recebido.
Todas vocês foram importantes na minha vida e me fizeram ser quem sou. Carrego um pedacinho de cada uma de vocês, bem apertadinho. Pra nunca mais esquecer. E tem como esquecer? São lembranças que eu prendo, pra não escorrerem pelos olhos. E por mais que doa lembrar e não poder vê-las perto de mim, ainda prefiro guardar comigo tudo isso.
Há uma famosa frase que diz: "Eu era feliz e não sabia". Isso não se encaixa pra mim. É uma frase tão vazia e sem sentimento. Alguém que não deu valor.
Agradeço a Deus por todas vocês comigo, e apesar de tantos quilômetros, ainda estão aqui. Amizades inabaláveis, que o tempo não destrói e a distância não afeta.

As lágrimas são salgadas, mas os sentimentos são doces. A amizade é doce.
"Eu era feliz e não sabia". Não. Eu era feliz, e, com certeza, eu sabia disso.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Ele era desapegado. Ela era desconhecida. Mas assim, de repente, ela apareceu. Apareceu, e ele percebeu que ela era diferente. Ele, impressionado. Ela, tímida. Não que ele estivesse apaixonado, não era do seu feitio se apaixonar assim. Mas ele queria, e como queria. Ele, admirando. Ela, admirada. Ela era bela, uma beleza cativante, diferente e admirável. Inocente, quieta e maravilhosa. Ele, esperançoso. Ela, distante. Talvez não por vontade própria, mas por simples coincidência do destino, ela se mantinha longe. As amizades, as falsas histórias que ela ouvia. Pareciam conspirar contra ele. Mas valia a pena insistir. Ele, insistente. Ela, indiferente. E num ato não muito bem planejado, ele tentou. Ele, empolgado. Ela, direta. O 'não' lhe atingiu como uma rasteira. Caído, desarmado. Mas desistir também não era do seu feitio. E aos poucos, sutilmente, ele começou a se fazer notado. Ele, crente. Ela, acessível. Pouco, mas acessível. O suficiente para que ele se aproximasse e mostrasse quem ele realmente era. Ele, desconhecido. Ela, curiosa. E por mais incrível que pareça, ele se mostrou ser um cara legal. Gentil, ao contrário do haviam lhe dito. Querido, diferente do que haviam lhe falado. E a cada gesto, a cada palavra, ele tentava conquistá-la. Ele, diferente. Ela, interessada. E foi assim que ele conseguiu, e percebeu, que por mais que tenha demorado, valeu a pena. Nenhum dos dois estava perdidamente apaixonado logo após o primeiro beijo, mas ambos estavam, digamos que, envolvidos. Ele, satisfeito. Ela, também. Só que depois do primeiro, veio o segundo, o terceiro, ... E ele foi percebendo que ela não era apenas mais um rostinho bonito, e que por trás daqueles olhos hipnotizantes, havia uma pessoa interessante. Mas não era tão simples assim. Ele, relutante. Ela, cautelosa. Era difícil para ele. Não era do seu feitio. E ela ainda temia não conhecer ele de verdade. Ele, recusou. Ela, não insistiu. Ele não queria largar sua vidinha. Mas não conseguia deixar de conversar com ela, olhar para ela. Ele, indeciso. Ela, receosa. A fase da vida deles também não era a mais propícia, convenhamos. Uma vida completamente diferente da qual eles estavam acostumados. E mesmo assim, ele não conseguia deixar de querer vê-la, querer conversar com ela, querer beijá-la. Não podia ser amor, ele ainda tinha muito para 'curtir'. Mas a curtição já não fazia muito sentido. Ela também esperava por ele, mas não podia esperar a vida toda. Ele tinha que escolher, e escolheu.Hoje, ele não tem mais dúvida sobre a escolha certa. Hoje, ele agradece, ter feito a escolha que fez. Seria tolice da parte dele, achar que tinha alguma coisa a ganhar escolhendo a outra opção...


Como estão os dois hoje? Ele, apaixonado. Ela, também.


Por: Leonardo

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Desejos

Eu quero correr entre os lírios e cair nos teus braços. Quero pegar a tua mão e, juntos, corrermos pelas ruas. Quero sentir teus braços me protegendo quando a escuridão chegar. Quero sentir tua respiração no meu rosto quando eu sentir medo. Quero ouvir você sussurrar coisas pra me distrair. Quero ter certeza que você estará comigo todos os dias. Quero que sua mão esteja ao alcance quando eu tropeçar. Quero que você me deixe chorar e diga que está tudo bem. Quero andar de mãos dadas sentindo o sol aquecer nossa pele. Eu quero que você me carregue no colo. Eu quero que você me jogue pro céu e me apanhe quando eu cair pra que eu me sinta protegida. Quero que você me diga as coisas que as pessoas já não dizem mais. Quero que você me conte sobre o seu dia, os seus segredos. Quero que você olhe pra mim e veja mais do que aparência. Quero que você esqueça o que os outros dizem e escute o seu coração. Quero que o seu coração bata no mesmo ritmo que o meu. Quero dançar valsa de manhã. Quero te abraçar na chuva e sentir a água escorrer pelos nossos rostos. Quero rir demais até a barriga doer. Quero que você me faça feliz. Sempre.

Quero ouvir você cantar pra mim todos os dias, mesmo desafinado.
Quero você aqui.

domingo, 3 de maio de 2009

Impacto 2009

Impacto. Impactante. Fazer diferente. Ser diferente.
Todos podem ser diferentes, mudar algo, melhorar algo. Impactar. Todos tem essa chance. Bem ali. É só pegar.
Temos essa oportunidade diante de nossos olhos. E ela nos chama, grita por nós. Não queremos ver, viramos o rosto. Porque somos descrentes ou porque simplesmente gostamos de uma vida acomodada. Impactar não é fácil. É preciso de força, garra e coragem. Não é para acomodados, definitivamente. É difícil, mas faz bem.
Você tem essa oportunidade. Eu também. É só pegar. Não tenha medo, você não está sozinho.

Faça a diferença. Impacte.

"Não posso pagar, não posso pagar,
tudo que eu faço é tão pouco diante do preço que foi pago para me salvar".
Mas você pode tentar. Impactando.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Descrição com sentido

Você é feio e bobo.

Você é um chato, mas me sinto bem do teu lado. Você me incomoda, mas me incomodo mais quando meus olhos não te encontram. Você faz comentários dispensáveis, mas o teu silêncio vale mais do que todas palavras. Você brinca comigo, mas me faz bem.
Você implica, faz piada, não leva a sério, é insistente, teimoso, chato. Mas é assim que você faz eu me sentir tão bem.
Você me abalou, me levou ao chão, me cortou, mas soube me levantar e me curar. Você é isso.
Não sei te descrever direito. E esse texto ficou uma porcaria.

Mas vou parar de escrever, porque eu sei que você vai ler.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Prisão

O jato que a atingiu foi rápido, instantâneo e quase imperceptível. Ele perfurou sua pele, penetrou nos seus vasos sanguíneos e se misturou com seu sangue. Invadiu seu coração. Ela tentou gritar, mas não deu tempo. Não doeu, mas a invadiu. As cordas amarraram seus pulsos e os braços envolveram a cintura. Tarde demais. Ela estava presa. Numa prisão invisível travada pelos seus próprios sentimentos. A prisão mais colorida que ela já vira.

Tarde demais. Ela estava presa. Mas ela gostou da prisão.

sábado, 25 de abril de 2009

Acredite

Todo dia ela acordava e esperava. Se debruçava na janela em busca de algum movimento suspeito. Alguma coisa que arrancasse aquelas cócegas sufocantes do peito, e fizesse com que ela voltasse a respirar. O coração bombeava fracamente um sangue feio e amargo, repleto de dor e angústia, e o corpo aceitava tristemente. Todo dia ela acordava e esperava.
Ela esperou. Esperou por muito tempo. Até que ela cansou. Todo dia as nuvens riam e diziam que ela era uma boba e os passarinhos entoavam músicas repletas de “pobrezinha, tão tonta”. Então ela cansou. E não mais esperou.
No outro dia ela acordou, pegou sua bolsa e saiu correndo para a rotina sem não mais olhar pela janela. Que pena. Justo hoje que seu super herói estava ali.

As nuvens carregarão essa culpa, e os passarinhos ficarão com seu canto entalado na garganta. Para sempre.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Dói.

Porque se a alegria de estar junto a alguém é extensa, não é nem de perto comparada a extensão da dor de perdê-la. Seja para quem for, se for para Deus, se for para outra pessoa, se a pessoa apenas foi embora, perdê-la deixa marcas. Deixa buracos. E buracos deixam cicatrizes. Muitas vezes, o buraco é dolorido, e arde como fogo. Demora para cicatrizear. E a dor te consome, te deixa cega. Outras vezes, o buraco logo é preenchido por pele, deixando uma marca que te lembrará para sempre que alguém esteve ali. Têm vezes que a pessoa simplismente foi para algum lugar melhor, e nessas horas o melhor jeito é se conformar e se lembrar saudosamente de tudo que você viveu com ela.
Seja quem for, seja como for, dói. Perder alguém sempre dói.

Mas a dor passa. Porque ela escorre com as lágrimas.
As lágrimas rolam face abaixo, rechadas com pedacinhos de dor. E logo você percebe que aquele buraco já não mais dói e tudo que existe ali agora é marcas que fazem cócegas saudosas quando você lembra delas.
Chorar faz bem e lava a alma.

Faço as mãos em forma de conchinha e vou catando as lágrimas que pingam do meu rosto. São lágrimas salgadas, com casquinha de água e recheio de dor. Elas vão se acumulando e formando uma pocinha nas minhas mãos. De repente, a fonte seca e a dor não sinto mais. Ela se esvaiu.
Então me levanto e jogo minha piscininha doída para o vento. "Leva logo essa dor embora"
O vento levou, mas as marcas ficaram. Você esteve aqui, e você se foi. Mas você existiu.

Não tem como não lembrar.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Se você ama, não decepciona.

Você me fez pensar que talvez o mundo não seja tão ruim assim. Que o azul do céu está mais perfeito do que sempre. Que o arco-íris leva até o pote de tesouro. Que as nuvens são doces e possuem formas não acidentais. Que tudo era previsto. Que a vida não é um acidente. Que podemos correr pelas ruas no sinal verde sem sermos atropelados. Que podemos tomar banho de chuva sem ficarmos doentes. Que as guerras não são nada perto da harmonia que reina no mundo. Que a destruição da natureza não é nada perto da sua preservação. Que a vida é mais cor-de-rosa do que eu imaginava.
Você fez com que eu tirasse a venda dos olhos e o cadeado do coração. Que eu me sentisse livre. Eu posso voar.
Olho para o céu e sei. O azul está perfeito.

Tenho medo da decepção. Ela é cruel, é má. É uma faca cega que nos mata devagar. Que nos consome. Sem piedade. Em apenas um segundo, ela pode decepar. Pode apunhalar. Pode matar. Fazer sofrer. Fazer lágrimas serem derramadas. Ela vem de surpresa. Você não esperava. E é isso. Ela perfura seu coração, e você sangra. Sangra amor. Chora dor.
Então você percebe que o azul do céu não é tão bonito, e que a vida pode ser mais cinza do que você imagina. Você descobre que correr pelas ruas pode ser o seu fim.

Só espero não me deparar com essa faca. De qualquer forma, meu coração está blindado. Por via das dúvidas. O azul do céu está perfeito, mas o tempo pode fechar. Eu sei que você não me machucará. Não dessa vez. Eu espero.

Não vão existir desculpas. Se você ama, não decepciona. E é isso. Só isso. Fim.

sábado, 18 de abril de 2009

Perda total

Sempre me disseram que as pessoas não mudam. Agora eu tenho certeza que não é verdade. As pessoas mudam, e mudam muito. Podem se transformar em uma pessoa completamente diferente num piscar de olhos.
E foi assim. Você estava ali. Grosso. Rude. Um dilacerador de corações nato. Então eu pisquei. Clique. E não era mais você ali. Era outro, muito mais carinhoso e gentil.
Os homens são engraçados. Não mais que as mulheres, mas uma graça diferente. Demoram para se apaixonar, mas quando são fisgados ficam completamente cegos, chegando a babar. Confesso que a minha vara de pescar era meio cega no começo. Demorei pra te pescar. Mas quando consegui, foi perda total.
Você mudou e me fez mudar. Criei em você um sentimento novo. E você fez ressurgir em mim algo que há muito eu tentava fingir que não existia.
Diria que te domestiquei, se a palavra não fosse tão pesada. Um "te conquistei" seria mais adequado? A palavra não importa.

Finalmente, estamos conseguindo que nossas toalhas de mesas que não combinam se deêm bem, e que as nossas escovas de dente aprendam a conviver juntas. É difícil, eu sei. Somos tão diferentes... Mas agora a diferença já não tem tanta importância. Aprendemos a rebaixá-la a nível muito insignificante. O listrado e o xadrez agora combinam, assim como as bolinhas e as estampas coloridas vestem muito bem. Nossos corações que batiam em ritmos diferentes estão aprendendo a tocar uma mesma sintonia.

E num piscar de olhos, você mudou. Totalmente.
E em um outro piscar de olhos, você mudou minha vida.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Amor difícil

Então eu percebi que o amor era uma corda. Numa ponta está você. Na outra, eu. Há duas possibilidade: a corda me levará até você ou até a minha própria forca.
Foi quando eu pensava que estava quase morrendo enforcada que você me puxou e me amarrou com seus braços. Morrer sufocada foi melhor do que enforcada.

Sufoquei com seus cheiros e jeitos e o oxigênio já não é tão essencial pra mim. Viciei em ti, e você é o meu ar. Há duas possibilidades: ou sacio o meu vício, ou morro asfixiada.
Foi quando eu pensava que estava quase morrendo sem ar que você me puxou e me aninhou no seu colo. Morrer esmagada foi melhor do que asfixiada.

Você me esmagou com seu abraço e me comprimiu ao seu peito. Viciei no teu abraço.

O amor é difícil e cruel.

domingo, 5 de abril de 2009

. [2]

Você disse e eu nem acreditei. De novo. As palavras soaram mágicas, meio atrapalhadas no início. Eu me assustei. Não é do seu jeito falar coisas desse tipo, nem desse jeito. Fiquei pasma, abismada, boquiaberta. Demorei minutos para assimilar. Era verdade. Incrível. Era verdade. Agora as palavras eram mais intensas, seu significado era intenso, o jeito de dizer foi intenso. Tudo tão mágico. Senti a sinceridade se difundir pelo ar, exalando seu perfume adocicado. As palavras correram sobre a minha pele, me arrepiando e me dando calafrios, e invadiram meu coração, tocando uma marcha acelerada e perfeita. Tudo ficou tão em silêncio, e eu sentia sua respiração meu rosto. Quente, como as palavras. Palavras suaves, como o momento que nos envolveu.
Você conseguiu mudar. E vai acabar me mudando também. Quente, bonito, intenso e suave como as palavras, assim é que tem que ser.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

.

Você disse e eu nem acreditei. Suas palavras soaram aveludadas, bem diferente do tom agressivo comum a elas. A frase percorreu macia sobre a minha pele e entrou nos meus ouvidos de um modo delicado. Mergulhou no meu sangue e se infiltrou no meu coração. Há muito, ouvir isso era o que eu mais queria. Agora, ela soou como algo normal, apesar da surpresa que me causou. Seus olhos me fitando, analisando minha reação. Eu, surpresa, tentava desviar do seu olhar perseguidor. A sinceridade que você exalou me envolveu e pela primeira vez eu não pude duvidar de que você falava a verdade.
Essas palavras me arrepiaram muito, me envolveram, me fizeram sentir. Sentir. Muito mais do que qualquer toque, qualquer carinho.

Você foi capaz sentir o que eu tanto quis que você sentisse. Pena que foi tão tarde.
Agora vai ser a sua vez de me fazer sentir alguma coisa.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Amizade temporária

É engraçado como a distância consegue afetar profundamente uma amizade e fazer ser mentira a tão famosa frase 'Somos amigos para sempre'. Sério, isso me magoa muito. Você tem um grande amigo, que sabe tudo sobre você e que você confia profundamente. Então, você se muda. E tudo parece desandar. O contato é abalado e você já não consegue ficar atualizado nas histórias do seu grande amigo. Você vai visitá-lo, mas ele nem sempre tem tempo pra você. E apesar daquele imenso amor de irmão que ainda existe entre vocês, a amizade parece andar em uma corda bamba.
Amizades para sempre são difíceis e exigem esforço e dedicação. É preciso ser paciente.

Ou talvez, seja mais fácil dizer "Amigos até que você se mude". Isso o poupará de futuros aborrecimentos.

terça-feira, 24 de março de 2009

Amor não seguro

Ele lhe deu a mão, mas ela caiu. Não sentiu segurança.
Em toda sua vida, ela buscou a segurança que vem com o amor.
Ou o amor dele não era seguro, ou segurança dele era fruto da auto confiança.
Ela sempre acreditou na primeira opção. Afinal, se o amor fosse seguro como existiriam tantas pessoas machucadas por aí?
Dá próxima vez que ele lhe estender a mão, ela vai segurar no braço. Por via das dúvidas.




A rotina começou, e está difícil responder os comentários. Mas vou responder todos no final de semana, tá? Beijos.

sábado, 14 de março de 2009

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Eu lutei tanto pra ter você em meus braços. E quando eu finalmente consegui, meu coração me disse que é melhor deixar você ir.
Então você vem e me envolve com seus braços. Sinto sua respiração quente no meu rosto. Sinto seu perfume. Eu sinto você.
E eu não entendo porque é melhor deixar você.

Você me pergunta: "Você está feliz?" É claro que estou. Eu acho. Meu coração está indeciso.
Eu preciso do seu calor, do seus braços me segurando. Eu sou sua prisioneira.
Mas talvez seja melhor convivermos longe. Por que? Eu não sei.

Eu preciso do seu calor. Está nevando, e eu não consigo me aquecer.
Eu lutei tanto pra ter você em meus braços. Mas agora eu percebo que você é que me tem.

domingo, 8 de março de 2009

Concha nova.

Aqui o céu tem o mesmo azul, as nuvens continuam doces como nunca, e a lua ainda tem seu gostinho de queijo. As estrelas vem pontilhar o seu toda noite, e os passarinhos cantam no amanhecer. Os carros fazem seus barulhos característicos e exalam seu cheiro de poluição. As padarias tem o mesmo cheiro de pão quentinho saindo do forno, e as farmácias, o cheiro de remédios e medicamentos misturado com o cheiro dos shampoos e sabonetes. As pessoas vão aos supermercados e assistem às novelas ao anoitecer. Os amigos se encontram nos bares e conversam sobre a volta à rotina universitária. Os veteranos perseguem os calouros e os calouros se perdem no meio de tantas informações novas.
Aqui é assim. Lá era assim. Acontecem as mesmas coisas. Mas aqui elas possuem outro tempero. É um tempero forte, que irrita o nariz na primeira vez que é exalado. É um tempero novo, estimulante. Não é o mesmo tempero da mamãe, docinho que nos dá a sensação de conforto e proteção. É um tempero novo, que nos empurra e diz 'Vai!'.O caramujo encontrou uma nova concha, e o passarinho finalmente aprendeu a voar e saiu do ninho. A concha nova ainda tem um cheiro estranho, e o passarinho ainda não aprendeu a desviar de todas as árvores.Mas é a vida. Viver não é fácil, mas é gostoso. A vida é nossa professora e nos oferece as oportunidades. Cabe a nós decidir qual porta entrar. E eu entrei.

A lágrima rolou e ela lambeu. O gosto salgado misturado com a saudade e a animação de vida nova invadiu seu peito. Chegara a hora. Ela abriu a porta e entrou. Mas não a fechou. Ela não deixou completamente o que ficou pra trás, porque sem eles ela não seria nada. E assim deixou seu rastro de pedrinhas brilhantes para sempre poder voltar.

Ela entrou.
Ali o céu tinha o mesmo azul e as nuvens ainda eram doces. Mas tudo agora tinha um novo sabor.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Luta

Eu tento te esquecer.
Mas ao fechar os olhos sua imagem vem povoar meus pensamentos.
Eu tento de deixar longe.
Porém a minha mente insiste em inventar filmes no qual somos o casal romântico.
Eu quero me livrar de você, porque eu sei que assim vai ser melhor.
Mas a minha cabeça insiste em relembrar nossos melhores momentos.
Eu quero você longe. Me libertar.
Mas minha pele se lembra do seu toque e se arrepia.
Talvez meu corpo precise de você como um combustível.
Ele sente a sua falta.

Percebi então que você me povoa. E não adianta travar uma guerra contra você se o meu corpo luta do seu lado.
A razão me diz que é melhor você ir embora, mas meu corpo quer você perto.
Eu tenho meu cérebro. Mas você tem meu coração.

E agora me diz: quem está em vantagem? Vale a pena encarar essa guerra?

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Vai dar tudo certo.

Agora falta pouco. Muito pouco.
Lá vou eu de novo. Começar uma nova etapa da minha vida.
Estou com medo. Ansiosa. Animada. Receosa.
Um misto de emoções e sentimentos.
Fazer o que? É esperar os ponteiros do relógio andarem e aninciarem que chegou a hora.
Tá chegando a hora. Eu imploro para os ponteiros irem mais devagar. Mas suplico para eles se mexerem mais rápido.
Sou indecisa? Não. Não muito. Só estou vivendo um momento de contradições.

Mas vai dar tudo certo. Eu sei que vai.
Em todas as vezes deu certo. Por que agora não iria?

Hoje acordei e comecei a separar as roupas que eu iria levar. Minha mãe disse para eu não levar todas ainda. Assim vou ter roupas quando vir passar fins de semana em casa. Ainda posso chamar esse lugar de casa. Sempre vou chamá-lo assim.
Comecei a decidir o que iria levar. Em cada pertence há lembranças, significados e sentimentos. Mas não posso levar tudo. Será que levo esse ursinho? E essa boneca?
Queria poder levar todos eles. Até meus brinquedos antigos.
Mas deixá-los significa deixar a infância, e talvez, até mesmo a inocência. Embora eu duvide que a criança que vive dentro de mim queira sair.

Mas, decidi. Vou levar fotos, e alguns ursinhos, que ganhei de amigos.
No meu coração vou levar todos aqueles que fazem ou já fizeram parte da minha vida. Para cada um, um lugar especial. Vai ser difícil isso. As lembranças e pessoas que moram em meu coração me espetam, me cutucam. Uma sensação chamada saudade.

Pego minha malinha com meus pertences e saio de casa. Minha família me acena um até logo, e a rua me sorri um seja bem vindo. O sol ilumina meu caminho, e as flores perfumam minha vida.
Pego minha malinha com meus pertences e vou. Eu vou. A vida ri oportunidades, e eu as agarro com medo. Ainda tenho medo. Caminho e olho para frente, mas ainda viro para espiar para trás. Meu passado já passou. Mas meu presente não seria nada sem ele.

Então, eu vou. Olho para frente, e sorrio. Vai dar tudo certo. Sei que nunca estou sozinha.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Segure minha mão

Vamos fingir que tudo é bonito, tudo é perfeito. Vamos fingir que o mundo é maravilhoso e que o homem nunca destruiu nada. Vamos pensar que o nosso amor é limpo de imperfeições, e que nós somos uma combinação exata. Vamos imaginar que somos almas gêmeas, que nos completamos. Vamos deixar que o nosso amor nos guie, sem pararmos para pedir informações. Vamos caminhar pelas nuvens e sentir seu gosto de algodão doce. Vamos atravessar as ruas no sinal verde, sem perigo porque estaremos de mãos dadas. Vamos dar um pulo na lua, e roubar um pedacinho de queijo. Vamos escorregar pelo arco-íris e encontrar nosso tesouro. Vamos mergulhar no oceano e conhecer as coisas inexploradas. Vamos ser felizes e nos deixar ser levados pela felicidade. Vamos fazer com que o que sentimos prevaleça sem se importar com que os outros digam.
Afinal, se o amor é cego, porque o nosso não pode ser também?
Não olhe para os lados, e olhe só para mim. Vamos fugir para algum lugar onde os nossos sonhos se tornem realidade. Segure minha mão, e eu me sentirei segura.

Vamos fingir que tudo é bonito, tudo é perfeito. Vamos fazer tudo bonito, tudo perfeito.
Vamos juntos, para qualquer lugar. Vamos transformar tudo isso em realidade.

Segure minha mão, e vamos juntos.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Gratidão


Tudo começou com uma brincadeira. Iríamos apenas dar uma volta na praia. Coisa normal.
Fomos então eu, minha irmã e meu padrinho. Dar uma volta pela praia. Era fim de tarde, e no céu já despontavam aqueles tons de rosa e vermelho, que anunciam que o sol está ficando sonolento. Andávamos e o sol caminhava em direção a sua cama, aquele berço de água salgada.
O pôr-do-sol ao mar é uma cena linda, digna de telas e pincéis.
Íamos andando, e encontramos uma lagoa. Se atravessássemos ela dariamos em outra parte de terra, como se fosse um espelho no meio da areia, sendo que uma parte se misturava com o mar aberto. Ali não tinha ninguém. Só nós, e as criaturas que ali habitam.
Resolvemos atravessar aquele canal, sem nem mesmo conhecer o local. O ser humano, às vezes, ou até geralmente, é um pouco estúpido.
Nadamos e nadamos. Com os pés e braços em movimento, e a cabeça naquele ritmo de entra-sai da água, fomos atravessando pelo meio da lagoa, sem perceber que os nossos pés não tocariam mais o chão se deixássemos a cabeça fora d'água. Demorou para que notássemos isso. Demorou para notar que havia uma correnteza nos puxando em direção ao mar aberto.
Quando demos conta da situação, foi tarde demais. Pela física, compreendemos que a força maior sempre puxa na sua direção. E a força dos nossos impulsos, não se comparava à força da correnteza. O desespero não demorou para aparecer. Mas o tempo pareceu ficar cinquenta vezes mais devagar. Medo.
Apareceram três ou quatro homens na margem. Eles gritavam 'Nadem para o outro lado!'. Mas era inútil. A força se esgotava. E mesmo tendo acesso ao oxigênio, nossos pulmões pareciam ter perdido a capacidade de puxar ou ar, ou se recusavam a fazer isso. Respirávamos desespero. Por mais que o cérebro ordenasse desesperadamente que o corpo continuássem, os braços e pernas pareciam não querer mais obedecer. Os homens pareciam querer ajudar, mas sabiam eles que também não podiam contra a força da natureza. O medo nos invadia. Pressentimos o pior.

De repente, a luz no fim do túnel decide acender.
Foi com alívio que meus olhos avistaram aquele homem na outra margem. Ele atravessava a lagoa também, mas a sua experiência ou bom senso fez com que ele atravessasse na parte rasa. Ele levava dois colchões infláveis. Daqueles que usamos na piscina. Um rosa e um amarelo. Um contraste com aquele azul esverdeado e com um sol sonolento. O homem parecia com medo também, mas ele conseguiu nos alcançar os colchões, e os outros homens conseguiram nos empurrar para o raso. Meu coração se acalmou no instante que meus pés tocaram aquele terra fofa, e com alívio pensei 'Conseguimos'. Minha cabeça esvaziou-se, não pensava em nada. Demorei a perceber o que havia ocorrido.
Não cansamos de agradecer àqueles homens. Eles mereciam.

Depois de tudo isso, parei para refletir. Talvez muitos não acreditem, mas eu sim.
Na hora do desespero, só pensei em bater os pés, bater os braços, e enfiar ar para dentro dos pulmões. Com tristeza, admito que em nenhum momento pedi ajuda a Deus. Eu esqueci Deus. Mas ele não me esqueceu. Sei que foi ele que mandou aquelas duas bóias coloridas para nos ajudar. Foi ele que mandou aquelas pessoas. Ele acendeu a luz. Eu sei que foi. E agora, a gratidão transborda pelos meus olhos. Só tenho a agradecer. Eu o amo. Por isso e muito mais.

O sol dormiu então eu seu colchão azul e gelado. E a noite veio.
Também deitei. Mas não dormi logo. Eu sabia do que tinha acontecido de verdade.
Ninguém me contou dessa vez. Foi comigo. Eu vivi tudo. Eu senti tudo.

Fechei meus olhos, e cada centímetro do meu corpo estremeceu de conforto.
Meus pulmões eram capazes de puxar o ar de novo.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Agora é comigo.

Hoje olhei para o céu, e as nuvens confirmaram o que eu já pensava. Vai ser difícil.
Mudar nunca é fácil. Mas, geralmente, é necessário. Parei, então, para analisar.
Desde pequenos, todos sonham em sair de casa, morar sozinhos, atingir a tão almeijada liberdade. Só que todos só sonham. Na hora em que ir embora é preciso, você percebe que as coisas não são bem assim.
Eu fecho então a porta de casa, e o mundo me trás uma infinidade de portas novas. Eu pergunto, então "Mãe, que porta devo escolher?" Mas mamãe já não está ali o tempo todo, de prontidão.
Agora, é comigo. Eu devo escolher qual é a porta mais segura, ou se devo simplismente entrar pela janela.
Eu sei que a minha família nunca irá me abandonar. Mas, vocês sabem, não é a mesma coisa.

Cheguei a conclusão, então, que todos sempre sonharam com uma liberdade inexistente. Adquirir a independência não é algo simples. Junto com a liberdade vêm novas responsabilidades. Chegam novos problemas, até então desconhecidos. Preciso descobrir novas soluções.

Sou a Chapéuzinho Vermelho. Pego minha cestinha, e vou percorrendo meu próprio caminho, sozinha. Sozinha. Só eu e Deus. Tomando cuidado para o lobo mau, ou os lobos maus, não me pegarem. Me torno indefesa, pois papai e mamãe não me protegem o tempo todo, agora. É hora de aprender a me proteger sozinha.
Sou uma aventureira. Sem mapa. Encontrarei novas trilhas e atalhos, caminhos desconhecidos. Encontrarei novos buracos, e muitas pontes serão inseguras.
Darei uma de cartógrafa, e, assim, desenharei meu próprio mapa, com novas localizações, e novos pontos importantes. Minha casa, agora, será desenhada em outro lugar.
Serei uma química. Formularei novos produtos, descobrirei novas fórmulas. Só que estarei sem luvas, e sem jaleco. Indefesa.
Poderei ser tudo, mas, tenho que admitir, estarei indefesa. Vou descobrir coisas novas. Vou enfrentar o que era, até então, desconhecido para mim. E o desconhecido dá medo. Dá sim. Mas mudar é preciso. E descobrir, também.

Meus pais abrem a porta de casa. A hora chegou. "Agora é com você, minha filha."
E lá vou eu, com meus lápis e papéis, desenhar meu novo caminho. Agora, é comigo.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Boa sorte

Deixei você. E não adianta insistir, dessa vez não tem mais volta.
Somos como o sol e a lua, e por mais que nos amemos, não conseguimos conviver juntos.
Você tem o seu objetivo, e eu tenho as minhas prioridades.
As nossas metas não combinam, e as nossas escovas de dente não ficam bem juntas.
Nossos corações têm o mesmo compasso, mas nós queremos ritmos diferentes.
Eu quero te abraçar, mas você quer ficar um pouco sozinho. Você quer me levar pra passear, mas poxa! você não percebe que eu quero descansar um pouco?
Infelizmente, é assim. Eu tento ajustar o meu relógio ao mesmo horário que o seu, porém as nossas toalhas de mesa não combinam. Você quer a listrada, mas eu quero a xadrez.

Deixei você. E não adianta insistir, dessa vez não tem mais volta.
E por mais que eu deseje ardentemente a reconciliação, não vejo uma luz no fim do túnel.
A verdade é que eu preciso de você do meu lado. E você também precisa de mim. Admita!
Podemos fazer com que as nossas escovas de dente consigam uma convivência razoável. E por que não podemos fazer com que o seu listrado combine com o meu xadrez?
Eu fiz de tudo para me adaptar ao seu jeito. Mas você não se esforçou tanto assim. Que pena.

Deixei você. E não adianta insistir, dessa vez não tem mais volta.
Agora você me olha insistentemente. Um olhar significativo. Eu sei o que você quer. E, pois é, eu também quero. Nós desejamos a mesma coisa.
Mas vamos conseguir? Você vai mudar também? Sinceramente, acho difícil.


E enquanto você deseja me dizer bom dia, boa tarde e boa noite; eu te digo boa sorte.
Apenas isso, boa sorte.

Deixei você. Mas dói dizer que dessa vez não tem mais volta.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Compressão

Sentimentos ocultos
Sentimentos sufocados
Deixa ficar subentendido
Porque assim é bem melhor
Para não ir de mal a pior
Está tudo comprimido
Está tudo bem guardado
Já está quase explodindo
Uma hora vai estourar
Vai ser difícil agüentar
Mas é preciso força para lutar
Porque assim é bem melhor

Olhos fechados
O gosto salgado
Lágrimas brilhantes
São um calmante
Que o coração vão aliviar
Este bate, bate
Em um ritmo descontínuo
É muito sentimento em combate
Não dá mais para agüentar
É preciso muito cuidado
Para isto aqui não piorar
Mas em uma só fração de segundo
Mais várias lágrimas voltam a rolar

Trancados e comprimidos
Os sentimentos querem escapar
Escorrem pelos olhos
Minha face vão lavar

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Sentimento líquido

Somos engraçados. Às vezes, nos desesperamos com coisas simples; às vezes, derrubamos poucas lágrimas quando ocorrem grandes tragédias em nossas vidas. Só que há muito mais por trás disso, que as pessoas não percebem, e nos julgam indiferentes quando não demonstramos tristeza na intensidade adequada ao momento.
Eu tenho uma caixinha aqui dentro. Uma caixinha pulsante e vibrante, ritmada. É ali que moram todos os meus sentimentos. Todos eles. E foi hoje que ela explodiu. De novo. Depois de muito tempo.

As tragédias foram vindo, as tristezas chegando, junto com os medos, apreensões, anseios. Todos eles foram entrando na minha caixinha, um novo lar para eles, sem o meu consentimento. Eu paguei por isso. Mas paguei pouco na época. Em todo esse tempo, sentimentos tristes e confusos foram habitando a minha caixinha e eu paguei apenas poucas lágrimas. Poucas lágrimas perto da intensidade desses sentimentos. Mas, afinal, minha caixinha ainda estava vazia, pronta pra receber tudo. Estava firme, sedenta. Assim, fui aguentando tudo, as mudanças, sua indiferença, desprezo, medo, e derrubei poucas lágrimas!Pouquíssimas lágrimas! Isso era uma festa pra eles. Mas a festa acabou.

Hoje, a festa acabou. Apenas um grito comigo, uma coisa insignificante foi suficiente para que eu derrubasse uma infinidade de lágrimas. Derrubei todas as lágrimas que podia. Sequei. Por um acontecimento tão pequeno? Todos pensaram que eu era louca. Depois de tanta coisa sem derrubar uma lágrima, chorar tanto por isso?

Mas ninguém sabia. Ninguém sabia que o ocorrido de hoje gerara pouquíssimas lágrimas. Lágrimas que funcionaram apenas como um gatilho, que rompeu com a minha caixinha secreta e liberou todas lágrimas que haviam lá. Jorrei sentimentos pelos olhos. Jorrei dor pelos olhos. Transbordei. Chorei todas as lágrimas que antes não havia chorado. Minha caixinha estourara. Foi a gota d'água. Ela não aguentou. Estava cheia demais.
Os sentimentos convertidos em uma água salgada, lavaram não só minha face, mas também meu coração. Transbordei sentimentos líquidos. Libertei-me.

Agora, possuo uma caixinha nova. Vazia. Pronta pra tudo. De novo.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Mãos que dançam

Escrever não é apenas juntar letras, sílabas, palavras, sinais gráficos, pontuação, acentuação, com algum sentido. E um texto não é um rearranjo de rabiscos no papel. Escrever, para mim, é deixar a mão dançar no teclado, na doce melodia dos sentimentos sendo libertados do meu coração aprisionado. É deixar as palavras livres para demonstrarem os segredos do seu coração ou notícias de tevê. É usar a pontuação adequada para expressar a verocidade da informação.

É desenhar com letras. Bordar com acentuação. Pintar com sinais gráficos. Arrematar com a pontuação.

Oh, como é doce ler um texto que transmite adequadamente o que seu autor queria que fosse transmitido. Como é saboroso o texto que é como uma pintura e você se sente dentro da cena. Como é impressionante o texto que consegue fazer seu coração bater mais rápido ou seus olhos lacrimejarem. Mas, para isso, você não precisa ser um exímio escritor.
Deixe suas mãos se guiarem pelo compasso do seu coração, e dançarem a valsa dos seus pensamentos e opiniões. Use a sabedoria da pontuação, e coloque cores ao seu texto.
Utilize a graça do ponto final. Firme. Decidido. Impactante.
Note como os pontos podem mudar os seus sentimentos!
- Você é tão imaturo, por isso me magoou de novo.
- Você, tão imaturo, me magoou de novo.
- Você, tão imaturo, me magoou. De novo.

Desculpem-me pelo texto de hoje. Tão sem graça e nada emocionante.
Só queria expressar a gratidão pela graça das palavras e pela música da pontuação, que sempre me ajudaram a libertar as feras existentes aqui dentro.

As palavras me ajudam a superar a sua imaturidade. É uma pena que você não seja que nem elas, doces, mágicas e fáceis de ser moldadas. Você é firme como um ponto final. Mas você não é impactante. É teimoso. Difícil de ser descrito.

Você, tão imaturo, me magoou. De novo...

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Imagine, mas não demais.

A imaginação é uma coisa fantástica. Com ela, posso fazer tudo o que eu quiser, ser o que me der vontade, estar em qualquer lugar do planeta.
Não preciso nem fechar os olhos. Podem ficar abertos.
Se eu quiser, posso te ter do meu lado. Posso te transformar no homem perfeito. Posso fazer você me amar. Posso te empurrar num precipício.
Posso ser famosa. Posso ser popular. Posso ser fantástica.
Posso ser a melhor pessoa do mundo. Basta imaginar.
Podíamos ser felizes...

Imagine, imagine, imagine tudo que podemos ser, todos os lugares que podemos ir, no lindo mundo da imaginação.

Mas a vida não pode ser feita só de sonhos, a vida não pode ser apenas imaginada. Ela precisa ser vivida. Isso é cruel. Nos nossos sonhos, a vida é perfeita, mas a realidade aparece e mostra bem a sua verdadeira face. Levamos um tapa, uma rasteira. Caímos. E a força para levantar não pode ser apenas imaginada. A vida, às vezes, é cruel, e a imaginação é gostosa. Ameniza a vida.
Mas só ela não é suficiente. Como já disse, a vida não é um sonho.
Você é como é, e eu sou como sou. Não me imagine como você gostaria que eu fosse, porque eu não sou perfeita. Na verdade, estou muito longe de ser perfeita.

Só que isso tudo é real. Não é imaginação. É assim, é cruel.
Se ficaremos juntos? Só imagine.
Será realidade? Só imagine.

Só não fantasie demais, porque a imaginação é gostosa, mas a realidade nem sempre é. Cuidado para não ser derrubado. Isso é mais fácil do que você pensa. E a queda pode doer demais.
Podíamos tentar melhorar a realidade juntos, transformá-la numa fantasia.
Estou imaginando coisas?

Imagine, fantasie. Mas, não demais. Você vai se surpreender.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Questão de intensidade

Sou muito intensa. Vivo as pequenas coisas como se fossem grandiosas, mares avassaladores que invadem e modificam minha praia. Observo os pequenos detalhes, os admiro, e os encaro como os mais importantes traços de uma obra.
A vida é feita de detalhes, e eu os vivo intensamente.
A vida é um bordado, e cada detalhe é um ponto. Acredite, eles fazem a diferença.

Vivo intensamente, é isso.
Não sou problemática, sou intensa.
Eu percebi o olhar vazio que você me deu, as mãos tão distantes que me tocaram, o carinho sem amor que senti em meu rosto.
Você não percebeu, mas eu senti, eu vivi.

Sou detalhista, obeservadora. Intensa.
Se você não é capaz de lidar com minha intensidade, trabalhar todos os detalhes, observar meus jeitos, teremos problemas. Pois eu consigo, e você não.
Sei todos os teus jeitos, tuas facetas, teu sorriso, teu jeito de me olhar, de me tocar, de sussurrar.
Sei bem o dia em que tudo isso foi feito com o amor. E notei o dia em que seu amor falhou comigo.
As nossas vidas estavam sendo costuradas juntas, mas enquanto eu bordava seus detalhes com dedicação, você não percebia os meus "pontos-cruz".
Dei o máximo de mim, mas também queria o máximo de você.
Você não soube. Sou intensa de mais pra você.

Se agora temos problemas, talvez a culpa seja sua, ou talvez minha.
É, talvez minha.


É uma pena que tudo termine assim, mas a amizade talvez não seja tão detalhista, tão exigente.
Assim será mais fácil pra você.


Desculpe, mas em questão de amor, sou intensa de mais pra você.



........


Mais selos, obrigada Flá Costa!








Repasso para:

Minha neologia

Contos da Mary

Pensamentos Encaixotados Numa Mente Adolescente

A vida que eu quero

Reb Torres

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Avassalador / Selos

Ele chegou e a conquistou.
Precisou apenas de um sorriso, um carinho, palavras certas na ordem certa.

Ele chegou de mansinho, com cuidado, porém avassalador. O mar que invadiu o coração dela e arrastou consigo tudo o que havia lá. Ele penetrou na mente e no coração, e tomou todo o espaço para si. Ela cegou. Ele a cegou. Tão rápido.

Ele chegou e a conquistou. Ele pensou, ele disse, ele fez. Ela aceitou, fez que sim, tudo bem.
Seu malvado, por que fez isso? Não tem sentimentos?
Ele a tomou, a conquistou. Ela foi tomada, conquistada. Tão rápido.

Ela se tornara sua presa, seu seguro.
Ele já a tinha, pra que ser tão cuidadoso agora?
A indiferença, então, se apresenta na história.
Ele não ligava, ela sentia. Ele ria, ela chorava.

Todo o amor que ela sentia, virou dor, rapidamente, como mágica.
Uma dor que consumia, e gritava, quando ela olhava no visor do celular e não encontrava chamadas dele. A dor ria-se dela, "sua boba, sofra comigo!", e ela, coitada, não conseguia se livrar da nova habitante do seu coração.


Ele chegou e a conquistou. E foi embora. Tão rápido.



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Oi gente, recebi mais selos!


Recebi o SETE PECADOS do Bico Fino; o OLHA QUE BLOG MANEIRO do Bico Fino, do Distribuindo Sonhos e da Menina dos Olhos; o YOUR BLOG IS FABULOUS do Bico Fino e do Distribuindo Sonhos e o 6 LINKS, 6 COISAS do Distribuindo Sonhos.



Obrigada, gente!






1. Gula: Consiste em comer além do necessário e a toda hora.
2. Avareza: É a cobiça de bens materiais e dinheiro.
3. Inveja: Desejar atributos, status, posses e habilidades de outras pessoas.
4. Ira: É a junção dos sentimentos de raiva, ódio, rancor, que às vezes é incontrolável.
5. Soberba: É caracterizado pela falta de humildade de uma pessoa, alguém que se acha auto-suficiente.
6. Luxúria: apego aos prazeres carnais.
7. Preguiça: Aversão a qualquer tipo de trabalho ou esforço físico.



1. Amo comer, e como bastante. Estou em fase de crescimento, ué.
2. Sou materialista, mas tento me controlar.
3. Admiro, mas não invejo.
4. Sou muito extressada, mas me controlo.
5. Acho que não.
6. Prefiro os sentimentos..
7. Sou muito preguiçosa, mas se tenho que fazer, eu faço.

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Blogs:
1. Lua Primavera
2. Ainda MininaMá
3. Pizza e Chocolate
4. Apenas palavras.
5. Dentro dela tem
6. Minha neologia
7. Contos da Mary
8. Pensamentos Encaixotados Numa Mente Adolescente
9. Mahh Ferreira
10. Reb Torres




Regras: Já teve curiosidade de ver sua caricatura?
1- Exiba a imagem do selo “Olha Que Blog Maneiro” Que você acabou de ganhar!!
2- Poste o link do blog que te indicou.(muito importante!!!)
3- Indique 10 blogs de sua preferência.
4- Avise seus indicados.
5- Publique as regras.
6- Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.
7- Envie sua foto ou de um(a) amigo(a) para olhaquemaneiro@gmail.com juntamente com os 10 links dos blogs indicados para verificação. Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias você receberá 1 caricatura em P&B.

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Repassando:
1. Lua Primavera
2. Ainda MininaMá
3. Pizza e Chocolate
4. Apenas palavras.
5. Dentro dela tem
6. Minha neologia
7. Contos da Mary
8. Pensamentos Encaixotados Numa Mente Adolescente
9. Mahh Ferreira
10. Reb Torres

Obrigada, gente :*

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Jogo

Isso é um jogo, e eram três participantes.
Eu comandava, vocês esperavam minhas decisões.
Vocês me pressionam, exigem atenção. Mas eu não posso mais com isso, e as regras são claras: é preciso eliminar um.Senão isso terminará em consequências desastrosas.
Vocês sabem. Um de vocês vai acabar eliminado de qualquer jeito. Se não for por minha decisão, será por vocês mesmos.
As regras são claras.Preciso decidir. Mas parem! Parem com isso! Não é assim que deve funcionar.
Vocês precisam me convencer a não eliminá-los, vocês precisam fazer isso, não eu!
O que é isso? Não podem me pressionar desse jeito!Vocês precisam me convencer, isso!

Vou acabar eliminando os dois. E a culpa não será minha.

Vai ser melhor assim, e as regras não serão infringidas.
Vai ser melhor assim, vai ser melhor assim.
Quantas vezes já repeti isso pra mim mesma? Quantas vezes?
Não acredito mais nisso, que se danem as regras!
Não quero mais pensar nisso. Me deixem!
Vocês apenas dizem: 'Decida!' E não fazem mais nada!
Mas o que é isso? Não é assim que deve funcionar.

Vou acabar eliminando os dois. E a culpa não será minha.
As regras são claras.

Tentem me entender. Isso faz parte das suas regras?

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Momento selo / Momento tédio


Ei pessoal, recebi dois selos da DIARRHEA! Como ela mesmo já disse, antes de ter um blog eu nem sabia da existência desses selinhos, mas agora achei a idéia super divertida e criativa!
Obrigada pelos selos Julie :D
Bom, vou fazer que nem a Julie fez: já que os dois selos possuem as mesmas regras, vou fazer os dois em um :) Se eu fizer algo errado, me desculpem, mas é que eu nunca fiz isso antes.

São 6 Regras:
1.Linkar a pessoa que te indicou.
2.Escrever as regras do meme no seu blog.
3. Contar 6 coisas aleatórias sobre você.
4. Indique mais 6 pessoas e coloque o link no final do post.
5.Deixe a pessoa saber que você a indicou, deixando um post pra ela.
6. Deixe os indicados saberem quando você publicar seu post.
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6 coisas aleatórias sobre mim:
1. Eu tenho um diário.
2. Amo gatos.
3. Sou gremista.
4. Amo matemática e química, e vou cursar nutrição.
5. Tenho horror a baratas.
6. Tomo banho de piscina na chuva.
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6 indicados (não considerem a ordem!):
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É isso aí. Fim do momento selo! :D
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A vida pode ser engraçada. O que mais pedimos durante o ano todo é férias.
Mas para que férias? Para não fazer nada, descansar - é o que dizem.
No entando, junto com o não fazer nada, vem o tédio.
Acreditem, fiquem longe dele. É melhor ficar atarefada o dia inteiro, do que ter uma hora de tédio.
O tédio é um bicho estranho, que se apodera da sua mente, deixa seu corpo mole, deixa sua cabeça sem idéias. E ele chega naquele legítimo dia inútil, quando você tenta desesperadamente imaginar algo criativo para passar o tempo.
Acreditem, fiquem longe dele. É melhor ficar atarefada o dia inteiro, do que ter uma hora de tédio.
Eu sei disso, por isso vou tentar imaginar logo algo divertido para fazer, antes que o tédio resolva bater na minha porta.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Cena de filme

Ela ainda lembra.

Chovia. Era madrugada. Os dois caminhavam pela rua. Ele coloca seu casaco sobre ela para protegê-la da chuva. Caminham em silêncio, respiram, respingam, pressentem. Parecia que o mundo havia parado, nada mais lhes interessava do que aquele momento, presenciado pela chuva e pelo silêncio. Os dois se fitam, sabem que a vida havia lhes proporcionado um momento digno de filme. Em meio ao frio da chuva, se sentem aquecidos. Não sabem o que falar, mas isso não era preciso, os olhos falavam por eles, se comunicavam, aguardavam o momento de serem fechados. Mas o momento não demorou.No tempo normal, o ato deve ter demorado uma pequena fração de segundos. No tempo deles, ali, o ato deve ter demorado uma eternidade, eternidade essa que não queria acabar, um sonho do qual ninguém quer acordar. Um abraço, um carinho, o beijo. A menina sente o gosto da chuva, o gosto de um sonho, envolvido por um silêncio mágico.A chuva sela, então, a magia que os invadiu e de mãos dadas os dois seguem seu caminho, envolvidos por sensações novas, envolventes, silenciosas.

Mal sabia o menino que ele havia despertado nela milhões de pensamentos e sentimentos confusos, já enterrados por ela. Mas a noite, a chuva, o vento e o silêncio... sim, esses sabiam. E ela também. Sabiam que o coração da menina não poderia ser entregue para aquele rapaz, porque ele já pertencia a outra pessoa.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Mudanças

Mudar.
Nem todo mundo sabe o que significa essa palavra.Ela sabia, e sabia muito bem. Principalmente quando mudar se referia a mudar tudo. Mudar de casa, mudar de amigos, mudar de escola, mudar de vida. Abandonar o que havia construido em um lugar, e começar a escrever uma nova história em outro. Sim, isso ela conhecia muito bem.Ela não se mudou poucas vezes não. Foram várias. E ela sabe muito bem como é difícil deixar sua vida inteira, construida com tanto cuidado em um lugar e adquirir novas amizades e hábitos em outro. A essa altura, ela já deve estar acostumada, se é que se consegue se acostumar com algo desse tipo, que muda toda hora.

Mas a menina vai se mudar de novo. Vai deixar sua vida de novo. Vai construir uma nova vida de novo.Ela está abandonando uma etapa da sua vida, para começar outra, muito mais importante.Vai conhecer pessoas novas, vai enfrentar problemas novos, vai conhecer soluções novas.Nem por isso precisa abandonar completamente o que deixou, pois as pessoas que foram importantes, serão importantes sempre, e ela vai levá-las para sempre consigo. Não importa aonde for.A vida que ela vai construir agora vai ser nova mesmo, diferente. Uma vida bem mais difícil. Acabou o tempo de escola e é hora de enfrentar a vida de uma maneira nova, mais ousada.Os estudos continuam, mas serão novas preocupações - me perdoem o trocadilho - bem mais preocupantes.Vai ser tudo diferente, vai ser tudo novo, mas vai ser a vida da menina. Ela vai viver, sorrir, encarar, chorar, enfrentar. Mudar.

Mas a vida é assim mesmo. Ela não pára. E junto com ela, segue a menina.Mas a menina, ah! essa não pára mesmo.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Doce

Era uma festa pequena, só para amigos. Mas, na verdade, isso não me importava, desde que a única pessoa que eu queria estivesse lá. E ela estava.Era a última festa que fizemos no ano, porque logo chegariam as férias. Todos estavam tristes e felizes ao mesmo tempo, desejando aproveitar ao máximo aqueles nossos últimos momentos.Em meio a bagunças, conversas, risadas, banho de bebidas, gritos, música, eu sinto alguém me puxando pelo braço.Era ele. E ele estava sorrindo. Sorri também.E ficamos ali, sorrindo, como se os agitos ao nosso redor não fossem nada mais que imagens, filmes distantes. Como se todos tivessem congelado e só nós não, ali parados, sozinhos. Sozinhos. Em silêncio, no meio da música. Parados, no meio de movimentos. Como se o mundo inteiro tivesse parado para nos assistir, e confirmar o sentimento, selar o momento. Ele disse então algumas palavras, que prefiro não revelar. Para qualquer um não farão sentido, mas para mim valem muito mais do que qualquer ato que tivesse sucedido esse momento. Foi como em câmera lenta. Um câmera lenta rápida. O coração batia acelerado, mas eu o sentia devagar. Estávamos num mundo de contradições. Não sei se o que eu sentia por ele era algo forte, mas, com certeza, o momento fez disso algo muito maior.Ele disse aquela pequena frase, e antes que eu pudesse responder, ou fazer qualquer outro movimento, senti o gosto forte de bebida, suave, um gosto doce. Um gosto doce que eu nunca iria encontrar em nenhuma padaria. E nem em nenhum outro lugar.

sábado, 17 de janeiro de 2009

História de Verão

- Então, está gostando do passeio? - perguntou ele, nervoso.
- É lindo, esse cheiro, essa brisa, esse gosto salgado... Obrigada por me trazer! - respondeu ela, fascinada.
- Sabia que iria gostar, você ama o mar! Ainda mais com a minha companhia!
- Muito engraçadinho! Mas obrigada mesmo!
Os dois estavam envolvidos por aquele clima de brincadeira, acompanhado pelo cheiro, areia, sal e água, que misturados formavam uma brisa muito curiosa.
- Eu gosto muito de você, sabia? - confessou ele, muito nervoso.
- Também gosto muito de você, e não sei como eu conseguiria suportar todas aquelas brigas lá em casa, sem seu apoio. - a tristeza invade o olhar dela, e uma lágrima começa a querer brotar.
Tentando afastar aquele clima triste que cismava em se aproximar, ele desafia:
- Quer dar uma corrida até a água? Aposto que você não chega antes de mim!
Os dois correm e a certa altura suas mãos se unem. A água começa a se movimentar, e os corpos espalham água, sal e areia. A praia estava deserta, já era tarde. Eles caem na água, divertidos e começam a rir sem parar. Não conseguem parar, estão se sentindo bem ali. Ela estava muito a vontade com ele, esse rapaz que não fazia nem um mês que conhecia. Se conheceram ali, na praia onde veraneavam. Ele alugou uma casa perto da casa onde a menina estava. Assim começou uma amizade que, sem que eles suspeitassem, evoluia para um sentimento muito maior.E agora ali estavam os dois. Deitados na água, rindo, um fitando o outro. Estavam felizes, mas os risos de repente cessaram. A graça tinha sumido e deixado espaço para outra emoção. Os dois se olhavam em silêncio, descobriam algo que já estava ali, mas eles ainda não tinham percebido. Foram se aproximando, sem deixar de se olharem. Ela sorriu, e isso despertou nele uma felicidade que ainda não havia sentido. Foi nesse momento, então, que, inesperadamente, ele se curvou na direção dela, e ambos sentem um gosto de maresia, sal, água, um gosto nunca sentido, selado pelo silêncio do mar. Descobrem uma sensação nova, gostosa, feliz. Queriam ficar ali pra sempre, mas ambos sabiam que isso não era possível.Estava escurecendo, e este era o último dia de férias, o último dia de sonho, o último dia deles.Eles se encararam, sorrindo. Sabiam que um pertencia ao outro.
- Vamos nos ver nas próximas férias, não vamos? - brincou ela
- É claro que sim, eu não vou te esquecer em nenhum minuto - selou ele.
Se abraçaram fortemente, e cada um seguiu para o seu lado, agora sentindo muito mais o fim do verão.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Desenterrando

Tudo começa quando a menina descobre que guardar os seus segredos e reter seus sentimentos parece não ser mais uma boa escolha. Os sentimentos sufocam, exigem sua liberdade, querem ser compartilhados. Uma alternativa foi enterrá-los, dentro de uma garrafa, e apenas abrí-los uma vez ao ano, para verificar as mudanças, ver se foram compridas as metas. No entando, eles querem mais. Os sentimentos querem ser expostos; os segredos, compartilhados; as metas, compridas.É por isso, então, que a menina decidiu escrevê-los, numa melhor forma de libertá-los.