quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

E há quem diga que amar é fácil

Ele, irritante. Ela, irritada. Ele, despreocupado. Ela, ansiosa.
Ó Deus, como uma mistura destas poderia dar certo?
As lágrimas vêm, as dúvidas surgem, o coração pesa. Ó Deus, não me desampares.
Então, tu me fazer rir, me chama de pequena e diz que me ama. Rio e tenho vontade de te socar!
Sorrio.
E escuto de dentro de mim: como não poderia dar certo?
E há quem diga que amar é fácil.

26/12/2012

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Palavreando

Relendo antigas memórias aqui gravadas, encontro diversos momentos da minha vida pintados em sua versão sentimental e não meramente descritiva. Relê-los é mais do que relembrar. É reviver. Sorrio e deixo lágrimas rolarem ao me deparar com esses momentos tão marcantes. E de repente me sinto triste por não despejar mais minhas mágoas e alegrias neste lugar. Talvez seja por isso que tenho me sentido tão deprimida e sufocada ultimamente. As palavras me aliviam, me desentopem. Como amigas, me confortam; como sábias, me aconselham. Por isso, resolvi retomar meu antigo e benéfico hábito.

Escrever é refletir, reler é compreender.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Há três anos, eu escrevi as palavras abaixo em busca de um consolo, de algo que me curasse da dor da perda. Agora relendo, não encontro este consolo para minha dor. Perder uma pessoa tão amada e tão importante para minha vida é algo que me deixa em pedaços. O que me conforta é que um dia eu a reencontrarei. Mas quando olho para trás e relembro os momentos felizes que passamos, me dói demais que nã
o a terei nos meus momentos futuros. Sei que Deus em seus planos, e que nem sempre nós somos capazes de entender. Ele escolheu te levar agora, vózinha. Mas em meu coração, te sinto e te lembro como se nunca tiveste partido.

"Porque se a alegria de estar junto a alguém é extensa, não é nem de perto comparada a extensão da dor de perdê-la. Seja para quem for, se for para Deus, se for para outra pessoa, se a pessoa apenas foi embora, perdê-la deixa marcas. Deixa buracos. E buracos deixam cicatrizes. Muitas vezes, o buraco é dolorido, e arde como fogo. Demora para cicatrizaar. E a dor te consome, te deixa cega. Outras vezes, o buraco logo é preenchido por pele, deixando uma marca que te lembrará para sempre que alguém esteve ali. Têm vezes que a pessoa simplesmente foi para algum lugar melhor, e nessas horas o melhor jeito é se conformar e se lembrar saudosamente de tudo que você viveu com ela.
Seja quem for, seja como for, dói. Perder alguém sempre dói.

Mas a dor passa. Porque ela escorre com as lágrimas.
As lágrimas rolam face abaixo, rechadas com pedacinhos de dor. E logo você percebe que aquele buraco já não mais dói e tudo que existe ali agora são marcas que fazem cócegas saudosas quando você lembra delas.
Chorar faz bem e lava a alma.

Faço as mãos em forma de conchinha e vou catando as lágrimas que pingam do meu rosto. São lágrimas salgadas, com casquinha de água e recheio de dor. Elas vão se acumulando e formando uma pocinha nas minhas mãos. De repente, a fonte seca e a dor não sinto mais. Ela se esvaiu.
Então me levanto e jogo minha piscininha doída para o vento. "Leva logo essa dor embora"
O vento levou, mas as marcas ficaram. Você esteve aqui, e você se foi. Mas você existiu.

Não tem como não lembrar."

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Superficial

Levei um susto hoje. Fui ao banheiro aqui do meu trabalho e ao me olhar no espelho observei algo que não gostaria de ter notado. Minhas pernas estão enormes, minha barriga está querendo fugir de dentro das calças. Não sei se o espelho que está alterado, se minha mente continua alterada ou se realmente estou desse jeito. Também não sei se o 'desse jeito', que em minha cabeça é extremamente fora de um padrão de normalidade, está realmente em situação crítica.
Depois de tanto confundir minha mente com ideias idiotas, já não consigo identificar mais as formas como elas são. O que são pessoas gordas e magras para mim já não faz sentido. Não sei definir, não sei classificar.
Porém, tudo o que consigo pensar agora é em como eu fui fraca, preguiçosa e indisciplinada. Se esse acúmulo de gordura excessivo em meu corpo existe, a culpa foi só minha. No momento, é só isso que sinto.

Superficial? Nem tanto. Quem é feliz quando não gosta de si mesmo?

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Eu sei ser feliz?

Felicidade.
Hoje eu estava me sentindo tão feliz. Um sentimento prazeroso habitava meu feito e irradiava na forma de um sorriso. Eu precisei me controlar para não sorrir. Eu vinha caminhando para a casa, satisfeita comigo mesmo. Em minha cabeça passavam todas as tarefas que eu havia cumprido hoje, as atividades que eu havia completado. Tudo está dando certo, eu pensei. Como sou feliz por ter feito tudo aquilo a que me determinei. Sou uma pessoa disciplinada, equilibrada e feliz, por hoje.
Então, um pensamento habitou minha mente: é isto a verdadeira felicidade? Esse sentimento delicioso que me deixa leve e sorridente, é isso a felicidade? Ou isso é apenas um sentimento de conquista, realização, cumprimento de metas?
Refleti nisso, e, com um susto, me deparei com uma verdade: baseio minha felicidade em realizações. Estar com a minha família, passar o tempo com meu namorado, conversar com meu Deus.. essas coisas não estão me trazendo a felicidade que eu sinto quando completo as tarefas que eu havia determinado para meu dia. Será isso um sintoma de perfeccionismo? Por que eu devo basear minha felicidade nesse sentimento de realização? Não deveria eu me sentir completamente feliz e em paz com todas as bençãos que Deus já derramou em minha vida?

Isso me deu um click. Meus sintomas depressivos pareceram receber uma explicação. Estou baseando minha felicidade em conquistas. Assim, nos dias em que não completo minhas atividades com exímia perfeição, eu me sinto triste, e transbordo minha decepção em lágrimas. Isso é triste. Comi demais, trabalhei de menos, errei meus passos, não fui quem eu queria ser; isso tudo é convertido em lágrimas e em 'ó como sou infeliz'.

Por que minha mente é tão tola?

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Sabe aquela sensação que tu sentes quando encontra, no bolso de roupas que você já nem usa mais, uma lembrança que te faz despertar recordações e sensações maravilhosas? Aquele sentimento que te invade quando tu reencontras algo que há muito não vias mais? Isto é o que estou sentindo neste momento. Ao navegar por sites e sites, nos quais um dia eu já tivera um interesse muito grande e nos quais gastava horas por dia vasculhando, encontro este meu pequeno cantinho, em que um dia já foi usado como refúgio. Há tempos atrás, eu transformava meus medos, anseios e pensamentos particulares em palavras que, combinadas com a acentuação e pontuação adequadas, conseguiam desafogar os pequenos desesperos que eu podia acumular. É com uma sensação de cócegas no peito que eu viajo neste meu pequeno blog relembrando as emoções particulares de cada palavra aqui deixada.
E como em todos os posts um dia aqui já colocados, eu não podia deixar de transformar este meu pequeno momento nostálgico em mais um monte de letras e sinais gráficos. 
Viver é maravilhoso. Relembrar é admitir que a vida é boa demais para se deixar engasgar com problemas que gostam de habitar nossos pensamentos.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Os passarinhos ressurgiram

Um pequeno jardim, esta sou eu. O perfume e as cores que me formam hoje, não foram obras minhas; nem as melodias e cantos confortantes. Se hoje estou bem podado e plantado, se minha grama é bem verde e se meu perfume é atrativo, não, isso não é mérito meu. Atrevo-me a dizer, ainda, que se estou bem cuidado, é porque elementos importantes coloriram meu pequeno canteiro. Elementos importantes estes que são minhas flores mais belas e que ocupam posição de grande valor em mim.


Essas flores se aproximaram de mim, assim, muito devagar, e sorrateiramente foram se embrenhando por entre minhas raízes. Pouco a pouco, foram arrancando meus matinhos, podando meus galhos secos e derrubando minhas plantas venenosas. Fizeram minha grama reviver e minhas mudas tornaram a brotar. E, olhe!, os passarinhos ressurgiram! Tudo é tão perfumado. Tudo é tão bonito.


E, de repente, eu não sou mais um pequeno terreno abandonado. Meu jardineiro, o grande Senhor, se alegra com a minha aparência atual e eu sei que foi Ele que jogou as sementinhas dessas lindas flores no meu terreno. Ele as adubou e as fez florescer dentro de mim como amores inseparáveis. Flores de um jardim, amores sem fim.


Nos dias de tempestade, minhas flores foram fortes e não fugiram de mim. Meu grande Jardineiro protegeu-as e elas me apararam nesses dias de clima ruim. Estas singelas flores afundaram suas raízes e se aprofundaram dentro do meu solo, de modo que permanecemos, todos, juntos e unidos. E quando a tempestade passou, e eu me sentia destruído, as flores tornaram a florescer e me fizeram bonito de novo. Fizeram-me sorrir e o sol apareceu.


Tu, minha amiga, pulaste minhas barreiras e invadiste meus pobres canteiros. E, olhe!, os passarinhos ressurgiram!