sábado, 17 de janeiro de 2009

História de Verão

- Então, está gostando do passeio? - perguntou ele, nervoso.
- É lindo, esse cheiro, essa brisa, esse gosto salgado... Obrigada por me trazer! - respondeu ela, fascinada.
- Sabia que iria gostar, você ama o mar! Ainda mais com a minha companhia!
- Muito engraçadinho! Mas obrigada mesmo!
Os dois estavam envolvidos por aquele clima de brincadeira, acompanhado pelo cheiro, areia, sal e água, que misturados formavam uma brisa muito curiosa.
- Eu gosto muito de você, sabia? - confessou ele, muito nervoso.
- Também gosto muito de você, e não sei como eu conseguiria suportar todas aquelas brigas lá em casa, sem seu apoio. - a tristeza invade o olhar dela, e uma lágrima começa a querer brotar.
Tentando afastar aquele clima triste que cismava em se aproximar, ele desafia:
- Quer dar uma corrida até a água? Aposto que você não chega antes de mim!
Os dois correm e a certa altura suas mãos se unem. A água começa a se movimentar, e os corpos espalham água, sal e areia. A praia estava deserta, já era tarde. Eles caem na água, divertidos e começam a rir sem parar. Não conseguem parar, estão se sentindo bem ali. Ela estava muito a vontade com ele, esse rapaz que não fazia nem um mês que conhecia. Se conheceram ali, na praia onde veraneavam. Ele alugou uma casa perto da casa onde a menina estava. Assim começou uma amizade que, sem que eles suspeitassem, evoluia para um sentimento muito maior.E agora ali estavam os dois. Deitados na água, rindo, um fitando o outro. Estavam felizes, mas os risos de repente cessaram. A graça tinha sumido e deixado espaço para outra emoção. Os dois se olhavam em silêncio, descobriam algo que já estava ali, mas eles ainda não tinham percebido. Foram se aproximando, sem deixar de se olharem. Ela sorriu, e isso despertou nele uma felicidade que ainda não havia sentido. Foi nesse momento, então, que, inesperadamente, ele se curvou na direção dela, e ambos sentem um gosto de maresia, sal, água, um gosto nunca sentido, selado pelo silêncio do mar. Descobrem uma sensação nova, gostosa, feliz. Queriam ficar ali pra sempre, mas ambos sabiam que isso não era possível.Estava escurecendo, e este era o último dia de férias, o último dia de sonho, o último dia deles.Eles se encararam, sorrindo. Sabiam que um pertencia ao outro.
- Vamos nos ver nas próximas férias, não vamos? - brincou ela
- É claro que sim, eu não vou te esquecer em nenhum minuto - selou ele.
Se abraçaram fortemente, e cada um seguiu para o seu lado, agora sentindo muito mais o fim do verão.

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