quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Manuscritos na areia

No ano de 2010, ela o encontrou. E ele a encontrou.
Foi neste ano que Deus fez com que seus caminhos se cruzassem e se fundissem em um só. Sem motivos ou porquês, eles simplesmente viraram um só coração. Simples assim.
Então, de repente, seu caminho na areia da praia passou a ser marcado por dois pares de pegadas, e não apenas por um. As suas pegadas, que antes eram fundas e pausadas, devido ao peso e carga que seu corpo carregava, passaram a ser leves e variadas. Marcas do caminho que eles percorreram juntos. Uma trilha de pegadas que só quem sabe lê-la pode decifrar. E como uma partitura de música, as pegadas trilhavam no piano a mais bela sinfonia. Valsas de amor, marcas da vida.
E os pares de pegadas convergiam entre si, nos períodos de reflexão, companheirismo e amizade. O espaço enorme que de repente surge entre elas demonstra os momentos de discussões e brigas, desacordo de opiniões. Momentos que engrandecem, momentos que ferem. Que machucam. Que doem.
E então a areia passa a ser marcada por apenas um par. Momentos da música em que ele a pega no colo encerrando o período de dor, selando com beijos de amor e carícias. Momentos em que ele a ajudou a suportar as dificuldades que ela encontrou. Momentos de suporte, de apoio, de carinho.
E quando os dois pares somem é porque eles correram pro mar, celebrando a felicidade que construíram entre si.
E para 2011, foi isso que ela desejou. Amar, beijar, rir, sonhar, pular, dançar, correr, se sujar, discutir, brigar, fazer as pazes. Correr para o mar.

E quando os dois, de mãos dadas, chegam à linha feita na areia, que separa 2010 de 2011, eles sorriem. 'Um novo ano', eles pensam.
Um novo ano, uma nova sinfonia, um novo manuscrito na areia.
E ele a pega no colo, e a carrega para um novo período de sonho, amor e banhos de mar.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010



Diário de uma paixão.

Esse é o título de um livro que eu ganhei de natal, e que eu considero uma leitura muito engrandecedora para todos. O livro, mesmo tendo um nome clichê e contando a história de um romance intenso e avassalador, não tem nada de comum. Muito pelo contrário, fala sobre um sentimento um tanto incomum nos dias atuais. O livro conta a história sobre um amor verdadeiro existente entre dois jovens, nascido durante um verão, que resistiu a 14 anos de separação, saudade e dor, e que resplandece em todo seu esplendor quando os dois se reencontram, devido a um empurrão de sorte. Ou o que muitos chamam de destino. Eu prefiro chamar de obra de Deus.
Abri um espaço aqui apenas para colocar o quão emocionada eu fiquei com esta leitura, que me proporcionou algumas horas de reflexão. O livro mostra sobre como devemos pesar as prioridades da nossa vida, a sentir intensamente as coisas simples da mesma, e a aproveitar cada momento. A história é encantadora, mas não quero contá-la para não estragar a surpresa.
É lindo demais, sinceramente. Realmente todos querem viver um amor assim.

Felizmente, eu já encontrei o meu, e, mais do que nunca, após a leitura deste livro, estou grata por Deus tê-lo colocado na minha vida.
Quero viver um amor pleno assim. E agora sinto-me mais preparada para viver todos os segundos do mesmo.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010



Há nove meses atrás, tu me convidaste para dançar e eu aceitei.
Tu pegaste minha mão e me conduziste a uma linda pista de dança, colocaste sapatilhas em meus pés e me fizeste rodopiar. Deve ter sido neste momento que eu perdi a noção racional. E entregamo-nos a uma linda valsa emocional.
E assim dançamos até hoje.

Às vezes, a marcha é animada, e valsamos com tanto entusiasmo que devemos até flutuar. Quem precisa de chão, não é mesmo? Saltamos em perfeitos grand écart's, em tão perfeita sintonia que parecíamos um só.
Em outros momentos, nos embalamos silenciosamente, peito contra peito, sentindo a marcha que nos rege, e deixando que nossos sentimentos se misturem. Tu me giravas, e nos poucos minutos que eu perdia tua face de vista, o medo corria-me às veias. Mas em uma pequena fração de segundo seguinte, visualizava novamente o teu sorriso, e me entregava aos teus braços.
Houve também alguns momentos em que arriscamos passos complicados. Realizamos agressivos fouettés, e, muitas vezes, nos esbarramos. Porém, tu me puxavas e me agarrava com força aos teus braços, e eu podia ouvir teu coração sussurrando ao meu 'Não me deixe', ao que o meu respondia 'E como eu poderia?'.
Formamos o perfeito dueto.

Nossa valsa constitui-se de vários atos, mas ela nunca terá fim.
E o dia em que tivermos que guardar as sapatilhas, valsaremos juntos rumo à valsa eterna. A qual será constituída apenas de perfeitas sintonias.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Às vezes, a sensação de tristeza, de impotência, de fracasso e de insegurança a atingiam de uma maneira incontrolável. E as lágrimas escorriam de um modo violento e voraz, acompanhadas dos soluços e da respiração descompassada. Ela não aguentava mais aquilo, pois sabia que o namorado havia de cansar disto. E ele sempre tão paciente, a enlaçava em seus braços, apertando-a e oferecendo seu ombro consolador. E essa cena se repetia com certa frequência.
Certa noite, em meio a um ataque súbito de choro, acompanhado de irritabilidade, como na maioria das vezes, a garota pediu para que ele a levasse para casa. Ela não sabia o motivo, mas ela sabia que não se sentiria bem em casa também. Era como se ela não tivesse chão, não tivesse tranquilidade em lugar algum.
E ela pediu que ele a levasse, de modo grosso e brusco, como sempre fazia. Por mais que ele fosse paciente, ela sempre tinha o desejo de o diminuir, de o ofender, de o machucar. Talvez fosse uma tentativa de se sentir superior, de preencher aquele buraco que ela mesma cavava em seu peito.
Os dois foram para o carro. Quietos e tensos. E as lágrimas continuavam a escorrer pelo rosto dela, enquanto ela se esforçava para calar os soluços. Sempre disseram que choro é sinal de fraqueza.
Porém, em vez de ele seguir o caminho para a casa dela, ele fez a maior declaração de amor que ela já tivera. Quando ele parou o carro e ela desceu, ela percebeu onde estava. Estavam ambos, à luz da lua, no lugar que mais significava pra ela. No lugar onde ela havia a pedido em namoro.
E ele disse: "Quer namorar comigo?". Ao que ela respondeu que sim, entre as lágrimas, agora em uma mistura de emoção e de dor, por machucar aquele que a amava tanto, ele disse "Vou te amar para sempre". E a abraçou, apertando-a, como se os dois fossem se unir em um. E eram um. As lágrimas escorreram pela face dele, em uma cena que ela jamais iria esquecer.
E a menina prometeu a si mesma que iria melhorar, para que merecesse aquele homem que Deus dera para ela. Ela devia isso a ele.
Ele a amava. Por que haveria de ser tão insegura?

Naquela noite, ela foi dormir com um sorriso no rosto.
Pois ela sabia. Ela sabia que havia encontrado o amor da sua vida.




"Renova-me, Senhor Jesus,
Já não quero ser igual".

segunda-feira, 22 de novembro de 2010



Nós não somos rocha. Mas estamos sentados sobre a rocha.

sábado, 20 de novembro de 2010

A tristeza insiste em desabrochar. Em meio a perfeição, sorrisos e abraços, as lágrimas insistem em florescer dos meus olhos e lamber minha face. O gosto salgado de sentimentos que doem. Está tudo preso em meu peito, e me comprimem tanto que causam ânsia de vômito. Quero vomitá-los. Tirá-los de dentro de mim. Teimosos e rápidos, eles me dominam e anuviam minha visão, cegam-me. Tampam a felicidade que a vida insiste em me proporcionar.

Em meio a uma vida perfeita, guardo dores e mágoas. Dói. E percebo que este é meu problema. Eu guardo tudo. A minha caixinha interna transborda lembranças de dor e choro, e meu peito já não aguenta mais tanta pressão. Em meio a uma vida tão feliz, com tanto sonho, tanto carinho, a maré de problemas quer me afogar. E ela me persegue, corre atrás de mim. E eu fujo, mas inutilmente. Porque ela me alcança. E daí eu choro.

E daí eu choro.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010



“Nunca duvide na escuridão do que Deus lhe disse na luz”.

domingo, 7 de novembro de 2010




A tristeza bate dentro de mim, e eu tento expulsá-la na forma de lágrimas. É uma sensação estranha e desagradável, que me sufoca, mesmo quando tudo está bem. E tudo está bem, está ótimo. Mas eu ainda a sinto, e as lágrimas ainda rolam pela minha face.

É inexplicável a sensação de solidão que me habita. Que me trava. E eu me sinto irracional, um ser primata, que perdeu a habilidade de se comunicar com as pessoas. Eu não sei falar, eu não sei responder. Então eu sorrio, e aceno com a cabeça. As palavras morrem, e a dor vem, para me lembrar que eu sou incapaz de ser sociável.
Então, eu sinto falta. Sinto falta da minha capacidade de fazer amigos, de rir, de deixar as palavras fluírem. Sinto falta da época em que eu não me sentia julgada constantemente, e que eu podia deixar minha cabeça livre e meus braços abertos para novas pessoas. Sinto falta de laços de irmandade, daquele amor incondicional por um amigo.

E por isso eu choro. Eu choro porque as lágrimas me aliviam, levando as poucos a dor pra fora. Eu sei, amanhã a dor volta. Então eu choro de novo. E esse ciclo infeliz e sem fim se repete e se repete, até a hora em que eu pôr um final nisso. E é isso que eu quero fazer.
Quero sorrir, falar, dizer, conversar, opinar, sugerir, perguntar. Quero a felicidade plena, a paz no coração, a garganta livre. E não quero descontar em lágrimas e em ataques compulsivos por comida, que resultam em vômito e dor, em mais uma forma de pôr a dor pra fora.
Não quero mais me conformar com esta situação. Não quero mais fugir, nem me esconder. Quero sair da concha, e explorar este mar cheio de possibilidades, sem morrer na praia.

É preciso crescer. O mundo é bonito demais para vivermos de lágrimas.




Agradeço a Deus, porque Nele eu confio, e ao meu amor, pela sua paciência.

domingo, 31 de outubro de 2010




"Não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?" (I Cor. 6:19-20)
Perdoa-me, ó Deus, por machucar aquilo que é teu.

sábado, 30 de outubro de 2010


E no meio de tanta gente eu encontrei você.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O sorriso que hoje exibo só tem uma razão. Você apareceu de repente e iluminou meus dias, meu sorriso se abre involuntariamente na tua presença e meus olhos se fecham quando me envolves com teus braços.
Tu és meu amor, meu amigo.

Tu mergulhaste em meu peito e invadiste meu coração. Agora posso respirar sem medo.
E quando eu vou dormir, fecho os olhos e sorrio. Foram os 7 meses mais doces. E os mais bonitos.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Minha vida é tão boa. Por que eu faço isso comigo mesma?

Estou vivendo dias de pura tensão. Em meio as risadas, sorrisos e momentos felizes, essa dor vem me corroer. "Vai embora", eu digo para ela.
Mas parece que ela gostou de se abrigar no calor do meu peito.

domingo, 26 de setembro de 2010

Tenho vontade de vomitar estes sentimentos.

Mas essa saída não tem sido boa para mim.
Depois de um tempo, acostuma-se. E como num ciclo vicioso, não se consegue sair.
Por favor, não me deixem sozinha. Já não sei mais cuidar de mim.
E se eu mesma não posso confiar em mim, como alguém há de fazê-lo?

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Confie

Certa vez, dois homens iriam, individualmente, construir suas próprias casas e estavam procurando um local adequado para iniciarem a construção. Deus disse para eles construírem sobre uma rocha, para que a casa tivesse uma base bem fundamentada. Um dos homens seguiu esta instrução. O outro, porém, percebeu que construir sua casa sobre a areia seria mais fácil e o trabalho se daria com maior rapidez.
Então Deus mandou sobre os dois uma grande tempestade. Uma casa caiu, a outra permaneceu. E o homem que construiu sua casa sobre a areia chorou.

Viver com Deus traz uma felicidade plena e paz. No entanto, não é promessa de felicidade constante e de privação de sofrimento. Mas é promessa de cuidado, confiança e muito amor.
Deus mandou a tempestade sobre os dois homens. Sim, no que o seguiu sua instrução também. Mas o homem confiou.
E, assim, quando vem a tempestade, Ele segura minha mão. E a minha casa permanece.

domingo, 22 de agosto de 2010

19 anos.

21.08.2010
Só para registrar que ontem completei meus 19 anos de vida. Nem sempre paramos para pensar neste momento, que acaba se transformando numa simples data comemorativa. Mas minha mãe me disse hoje algo que me intrigou: 'Hoje é o primeiro dia do teu vigésimo ano!'.
É engraçado que não pensemos deste modo, pois ele faz muito mais sentido. Assim, eu não fiz 19, eu encerrei 19 anos. Lembrar esta data todos os anos é um processo, então, de comemorar por termos vivido mais um ano, sorriso mais um ano, chorado mais um ano. Por termos pulado, caído, levantado, amado, sofrido, rido, brincado, corrido, abraçado, sonhado. É uma data de agradecimento e de corte da fita que inaugura nosso próximo ano.
E que venha mais um ano, então, é o que dizemos. E cortamos a fita, em uma festa de fim e de começo.

Por Mari Jasinevicius

Eu estava me sentindo a milhas de distância, era o dia do aniversário dela, não tinha como ligar porque nem sabia que número discar. Eu queria tanto demonstrar para ela que sintia falta da presença dela do carinho que costumávamos ter uma pela outra. Eu estava morrendo de sono então, resolvi teclar algumas palavras... Mas tudo que posso dizer já foi algumas vezes falado, já existia todo aquele convencional discurso de aniversário, desejos de felicidades a pessoa, sucesso, saúde e paz. Mas faltava dizer para a N. que mais uma ano ela estava fazendo aniversário e com ele ela havia mudado, estava namorando, estudando nutrição e procurando ser feliz de alguma forma. Faltava dizer a ela que mesmo as milhas de distância serem fortes, nunca deixamos de lembrar de momentos especiais vividos, nunca deixamos de nos comunicar - mesmo com um contato parco - e que de alguma forma somos ligadas umas as outras. Não nego que a tristeza, de não poder correr até o portão da escola e te abraçar no meio da calçada e te desejar sweet 19, seja muito forte. Mas apenas idealizo essa imagem na cabeça e penso que esses seus 19 anos serão muito bem aproveitados aí na sua cidade, com suas novas melhores amigas, seu novo quarteto e seu namorado. A melhor parte de tudo isso é saber que estás feliz, vivendo do jeitinho meigo, facero e sorridente que sempre, e sempre você teve! E que posso pedir a Deus que te proteja e te ilumine mais e mais! EU TE AMO MUITO, FELIZ ANIVERSÁRIO!

Por: Mari Jasinevicius (20angel80devil.blogspot.com)

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Uma questão de laranjas-lima e limões

Eu sempre depositei a culpa da minha irritabilidade, da minha grosseria e do meu mau humor no estresse e na pressão. Nestes últimos meses, principalmente. Eu me sentia cobrada, empurrada, puxada e pressionada por todos os lados. E eu, uma simples folha de papel, sentia-me amassada, rasgada e rabiscada. E foi assim, pura pressão.
Todas as pessoas, neste mundo moderno, sofrem pressões. Grandes ou pequenas, as pressões estressam, irritam e arrasam com o nosso organismo. E assim eu podia descontar minha frustração nos outros, principalmente naqueles que eu mais amo. Mas quer saber, e daí? Eu estava sendo pressionada. Precisava extravasar minha angústia. E, se estas pessoas me amam mesmo, deviam aceitar, não é mesmo? Então, eu usava aqueles que eu mais amo como minhas almofadas do sofá, e pulava sobre elas, aliviando a pressão que sobrecaía sobre a minha cabeça.
Mas, cortando minhas desculpas, eu descobri algo que me derrubou. Eu sou um limão.

Os limões, quando são espremidos, convertem-se em uma limonada. Esta, sem açúcar ou água, é azeda e nos faz fazer caretas quando a bebemos. O limão foi espremido, apertado e esmagado, ou seja, sofreu muita pressão. Assim, ele se transforma em uma bebida quase que intragável.
No entanto, as laranjas limas são diferentes. Quando as esprememos, apertamos ou amassamos, elas convertem-se em uma deliciosa bebida, doce e suave. E sim, elas sofreram pressão. Porém não se deixaram abalar por elas, mantendo ainda sua verdadeira essência.
Sabe, com esse exemplo dado por meu pai, eu percebi que o estresse a que estamos submetidos nos faz exalar o líquido do qual somos constituídos. O estresse nos aperta, nos amassa e faz com que transpassemos aquilo do que somos feitos. Mas cabe a nós decidir quem somos ou quem queremos ser.

Assim, eu quero ser uma laranja lima. Quero parar de provocar caretas naqueles que am, e quero transpirar suco de laranja, doce e gostoso. Assim, por mais que me espremam, quero provocar sorrisos. Se eu for uma laranja lima, até minhas lágrimas serão doces. Minha respiração adquirirá um odor agradável e minha voz encantará aqueles que a ouvirem.
E por mais que as pressões me apertem, quero exalar um líquido doce.
Quero sorrir sorrisos de laranja lima.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Atletismo

Seria estúpido da minha parte não perceber como tu já mudaste, assim como é injusto eu pedir que tu mudes mais. Eu vejo como tu tens melhorado e crescido, fazendo com que o nosso relacionamento amadureça cada vez mais. E, apesar de eu me mostrar irredutível, quero mudar também. Eu realmente quero fazer o possível para que possamos construir uma vida inteira junta, porque eu sei que foi Deus que te colocou na minha vida. Então, aceito o trato. Aceito tua ajuda e me proponho a te ajudar sempre, para que possamos construir nossa relação com base em amor, companheirismo e, também, paciência.
Eu sei que algumas de nossas opiniões não se encaixam com perfeição. Mas que graça tem aquele quebra-cabeça cujas peças se encaixam fácil e perfeitamente? Aqueles quebra-cabeças enormes e que realmente "quebram" nossas cabeças são os mais belos e satisfatórios. E, assim, aceito trabalhar contigo para que o nosso quebra-cabeça se encaixe da melhor maneira possível, embelezando ainda mais a nossa união, que já é linda.
Fico feliz em perceber que a tua linha de chegada é a mesma que a minha. E, apesar de querermos alcançá-la em ritmos diferentes, seguimos na mesma direção. Segure, então, minha mão para que possamos chegar juntos lá. Seja correndo, seja rastejando, quero alcançar esta linha contigo.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Com assunto

Telefone ou gritaria realmente não é meu melhor modo de me expressar. Acabo entoando palavras sem sentido e gritando idéias com as quais nem eu concordo. Acabo por falar coisas que eu não acredito. A raiva me invade e chego a contrair os membros. Tenho o íntimo desejo de te ferir, te irritar, te provocar. Quero te desafiar, ver até onde tu chegas. E, sendo muito sincera, tenho uma vontade secreta de rir, pra te instigar ainda mais. Então, quando um sorriso irônico e frio começa a invadir meus lábios, percebo que estou totalmente fora de mim. E tu acabas por discutir com outra pessoa, e não comigo. Não sei o motivo ou razão para isso, talvez seja apenas um defeito intrínseco a mim. Chega de descontar em doenças, remédios ou nas minhas bagunças mentais, elas não são culpadas de nada. Eu sou. E, acredite, estou tentando melhorar. Por isso, resolvi desabafar em palavras, pois, como sabes, acredito no poder das palavras escritas, que não podem ser berradas ou atiradas na face, mas podem te fazer sentir dor. Elas são perversas, mas acredito mais na sua veracidade. Bom, chega de enrolar. O que estou tentando expressar é que não quero mais essas discussões agressivas e que machucam. Que desgastam. O que eu sinto por ti é muito forte para que deixemos com que se desgaste.
Eu te amo muito. E é muito mesmo. Se eu aceitei compartilhar minha vida contigo - me misturar e me dissolver em ti, é porque o que eu sinto é muito grande e verdadeiro. E não venhas dizer que tu não sabes disso porque eu não me canso de repetir os meus sentimentos por ti. Se eu fecho os olhos, é em ti que eu penso, e meu abraço só se encaixa no teu. Quando me apertas, sinto-me segura, e oro para que o tempo passe mais divagar para que eu possa suspirar no teu peito. O que eu sinto por ti é mágico, e eu não quero te perder. Foi Deus que te colocou na minha vida, e não cabe a nós separar. Vamos tentar fazer isso dar certo, e eu estou disposta a dar o máximo de mim para isso. Eu orei tanto para que tu aparecesses, e agora me sinto muito triste por estar deixando com que tu sumas de novo. Não vá, por favor. Eu preciso de ti perto de mim.
Eu sei que nossas idéias não combinam muito, e que adoramos discutir por qualquer vírgula encontrada. Porém este é o nosso jeito de ser, algo fundido em nós, sendo nossa função trabalhar nisso para que esta característica não nos afaste. Somos dois, somos um. Agora, temos uma vida compartilhada, mas ainda temos duas vidas. Fico feliz de perceber que tu és a parte mais importante da minha e acredito que sou na tua. Mas não peço para ser a tua vida. Quero viver contigo, mas quero que tu vivas.
No entanto, consigo perceber que tu mudaste. Que tu cresceste e que nosso relacionamento adquiriu uma força mais segura. Com toda certeza, tu és meu amor. Não peço que tu mudes, eu te amo pelo que és. Peço compreensão, apenas. Para que possamos superar estes pequenos obstáculos que cismamos em transformar em grandes abismos. Se pararmos para pensar, não temos problemas. Nossa vida se encaixa assim como nosso abraço. Teus dedos foram desenhados para se fecharem nos meus, assim como teu sorriso foi criado para me iluminar.
Peço desculpas por não ser como tu esperas. Mas, acredite, estou trabalhando para melhorar.
Não me deixe, por favor. Porque eu, pode acreditar, não vou te deixar.

sábado, 24 de julho de 2010

Sintonizando

Meu coração está sangrando. E o seu ritmo descompassado me faz ofegar. Falta-me fôlego, falta-me ar. Por um segundo, meu chão sumiu.
Desculpe minha imaturidade e meu jeito de lidar com as situações. Talvez nossas vidas não sejam compatíveis, ou nossos pensamentos se estranhem. Talvez nossas idéias não suportem conviver no mesmo ambiente.
Eu te amo, é isso. E é impossível descrever a imensidão que esse amor constitui. É por ele que eu me desmancho, me recomponho, faço carinho e me jogo sem medo. É por ti, por mias ninguém.
E se tem algo que eu aprendi nesses últimos dias é que o amor não é tudo. É preciso confiança, respeito e compreensão. É preciso paciência. É preciso espaço. Eu preciso de espaço.
Há quatro meses atrás, eu te deixei morar em meu coração. Para trilharmos o caminho juntos, e marcarmos pares de pegadas na areia. Demonstrar e transparecer amor. Eu te deixei habitar meu coração, mas não te dei permissão para ocupar minha vida inteira.
Somos um só coração, mas somos dois corpos. E eu preciso respirar.

Talvez nossas vidas não sejam compatíveis, ou nossos pensamentos se estranhem. Talvez nossas idéias não suportem conviver no mesmo ambiente. Porém se o amor não é tudo, ele constitui uma boa parte.
E apesar de nossas mentes brigarem, meu coração anseia por ti. Meus olhos te procuram e meus lábios sussurram teu nome. É isso que importa? Eu não sei, mas não consigo te tirar da minha vida.

Eu te dou permissão para invadir meu coração. E a minha vida. Mas, por favor, deixe-me respirar.
E hoje meu coração sangra. Sangra porque está machucado.
E, em uma via irônica, tu és minha dor e meu remédio. Não me deixe.

Tu és minha dor e meu remédio.
Somos dois, somos um. Tentando aprender a caminhar na mesma sintonia.

sábado, 3 de julho de 2010

Solubilidade

Tu mergulhaste em minha vida e eu deixei que tu te dissolvesse em mim.
Somos dois, somos um, em uma mistura colorida. E como moléculas semelhantes, nos completamos.

No silêncio, acompanho as batidas do teu coração junto ao meu, em perfeita sintonia. Somos assim, tum tum, tum tum, perfeitos em sintonia.
Somos dois, somos um, em uma solução harmoniosa.
E como batidas perfeitas, formamos nossa canção.

Somos dois, somos um. Tum tum, tum tum. Eu sinto o silêncio e respiro.
Como substâncias, nos misturamos.
É tudo tão doce.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Ajude-me a sentir de novo a intensidade das coisas simples e lindas da vida, que a pressa do mundo atual vem me proibindo de sentir. Só quero paz. Voar e sentar no arco-íris.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Uma colher de açúcar, por favor.

Enfim as lágrimas me abandonaram e talvez eu não mais precise convertê-las nas tão usuais e carregadas palavras sempre cravadas aqui. O sorriso e o ritmo acelerado do coração manifestam melhor o que eu exalo, mas as palavras jamais deixaram e deixarão de expressar o que eu preciso dizer ou expelir.

Quanto mais eu pedia a Deus por açúcar, para que minha vida se tornasse mais doce, mais amarga eu a tornava. As palavras vinham em meu encalço, e me aliviavam. Uma paz temporária, uma doçura de curto prazo. Então, tu vieste e trouxeste não só o açúcar que eu tanto ansiava, mas também uma colher, para remexer minha vida. E em tão curto período tu te misturaste em mim.
E, assim, como o açúcar adoça meu café e a sua falta torna-o intragável, tu apareceste para deixar minha vida mais doce, em uma doçura que eu jamais havia provado.
"Uma colher de açúcar, por favor", e o amargo finalmente reconheceu sua derrota.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Queria correr pelos campos e sentir o cheio de liberdade. Às vezes, se eu fechar os olhos, sentindo o vento contra o rosto, e escutando aquelas poucas músicas que despertam em mim algo próximo à leveza de estado, consigo sentir a liberdade se aproximando. São raros e preciosos momentos que eu aprecio, por me fazerem flutuar. Em poucos minutos, sinto como se pudesse voar, sem medo de cair, e caminhar pelas nuvens. A velocidade e a calma me invadem em conjunto, numa sensação curiosa e indescritível.

Queria que o mundo fosse o que ele diz ser. Ou simplesmente fosse simplificado.
Queria que as pessoas fossem o que dizem que são, e que halls de morango com chocolate tivesse mesmo o gosto de morango com chocolate.

terça-feira, 6 de abril de 2010

E no meio de tanta gente, eu encontrei você.
E eu demorei muito pra encontrar.
Agora eu quero só você.

Me pegue no colo e não me deixe fugir.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Quero segurar tua mão e correr mundo afora. Escorregar no arco-íris e passear pelas nuvens. Atravessar as ruas sem esperar sinal vermelho, fugir para longe sem pedir informação. Correr na chuva e rolar na grama. Correr na grama e rolar na chuva. Dançar sem música, sorrir sem motivo.
Eu quero te ouvir cantar pra mim todos os dias, mesmo desafinado.

E quando o medo vier, não fugiremos, estaremos juntos. Segure a minha mão, e só.

terça-feira, 30 de março de 2010

Eu só queria tirar de dentro de mim, numa forma que ninguém compreende. Doença ou não, era aliviante. Um suspiro depois da turbulência.
Mas o corpo é imponente e sempre exerce sua vontade.

domingo, 21 de março de 2010

E no fim, descobrimos que a felicidade tem cheiro de grama recém-cortada. O mistério das lágrimas já não importa mais, e só nos importamos com a doçura de um sorriso. O arco-íris no meio da chuva, o oásis do meio do deserto. É muito simples. Mas nossa racionalidade só faz complicar.

segunda-feira, 15 de março de 2010

E se a nossa felicidade magoa outras pessoas? Se é ruim ser perfurado pela faca, pior é segurá-la contra alguém. Em meio a um mundo complexo, lágrimas de felicidade e tristeza se misturam. Esperemos então por dias melhores, nos quais as alegrias de todos se unirão como peças de um quebra cabeça. Sem pontas para fora, em perfeita união.

terça-feira, 9 de março de 2010

Cuidado. Não sou de porcelana, mas ainda posso quebrar.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Você me despolarizou e invadiu minhas veias. Percorreu meu corpo e desequilibrou minha imunidade. Devolva-me meu potencial de repouso, para que eu possa pegar um fôlego. Mas você é teimoso e foi embora. Levou a chave da minha sala de máquinas e me deixou em curto circuito.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Só queria poder te congelar, pra que eu pudesse te observar incansávelmente sem que você percebesse. Queria poder te roubar e guardar no meu bolso, pra que você pudesse estar comigo onde eu estiver. Queria te tatuar na minha pele, pra que eu pudesse te sentir a qualquer momento. Queria ser a protagonista da tua mente e te perturbar o dia todo até que você ficasse tonto e sem rumo.
Queria poder gritar isso. Mas é escrevendo que percebo meus sentimentos entenderem melhor você.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Você entrou sem bater e permaneceu. Iluminou meu rosto, encontrou meu sorriso. Desenhou um brilho em meus olhos e criou novas sinfonias para meu coração dançar. Percorreu minha mente e protagonizou meus filmes. Ensinou palavras repletas de alegria às minhas mãos e passos descontraídos para meus pés. Fez com que meu organismo se transformasse em uma orquestra, em um equilíbrio e sinfonia perfeitos. Minhas mãos podiam valsar palavras belas e meu rosto podia reluzir um luz colorida. A vida ficou rosa e tudo tinha gosto de morango.
Você me rendeu. Assim. Sem pedir, sem perguntar.

Você entrou sem bater, permaneceu e saiu sem dar aviso. E, de repente, o que era meu tudo virou o meu nada. A sua ausência deixou uma ferida que dói à simples menção do seu nome. E que não tem previsão de cicatrização.

Você entrou sem bater, permaneceu, saiu sem dar aviso e deixou resquícios de uma felicidade breve. O amor pode ser cruel. Sim, pode ser sim.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Eletricidade

Somos cargas opostas
Longe deveríamos ficar
No entanto, as forças elétricas
Insistem em nos juntar

Você com seu pólo negativo
Eu, positiva, sou puxada
Você, mais forte, carga geradora
Eu, tão fraca, uma simples carga de prova
Provo, então, seu campo elétrico
Após o contato sou esnobada
Oh, não! Fiquei negativa
Mais uma presa da sua jogada
O trabalho ficou negativo
Meu potencial elétrico menor vai ficar
Sou uma carga de prova perdida
Procurando outro campo elétrico para provar

2008

sábado, 30 de janeiro de 2010

Meu pequeno e simples depósito de sentimentos já fez um ano, no dia 12 de janeiro, e eu deixei passar em branco. Para muitos isso não é considerado uma comemoração. E nem este é o motivo para eu lembrar esta data.
Venho aqui lembrar esta data em uma forma de agradecimento. Um agradecimento às minhas companheiras, as palavras e também às minhas grandes aliadas, as pontuações. É muito difícil imaginar método melhor de desabafo, senão este de transpor meus sentimentos em pequeninos desenhos de comunicação. Em muitos momentos deste último ano, as palavras vieram em meu auxílio, retirando a angústia que me sufocava e me deixando respirar novamente. Meus sentimentos e sonhos muitas vezes foram convertidos nessas letrinhas mágicas, para que eu pudesse enxergá-los de uma forma mais clara. Minhas tempestades particulares, minhas cantigas de ninar e meus sonhos com gosto de morango vieram se abrigar nos sulcos que as letras deixam no papel, onde dormem tranquilamente. Foram costurados em forma de palavras, desenhados com acentuações e arrematados com pontuações.

Só quero expressar minha gratidão à elas por adoçarem meus sonhos e acalmarem meus medos. Dizer obrigada às vírgulas que me forneceram pausas para refletir e aos pontos finais que deram basta aos momentos que precisavam terminar.
Ainda, peço que nunca me abandonem, pois vocês são guardiãs dos meus tesouros e professoras dos meus sonhos.
Há um ano, desenterrei a garrafa e deixei que vocês guardassem os meus maiores segredos.

E daqui a um ano, espero estar ainda desenterrando.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Eu gosto da chuva. Gosto do jeito que as gotas disputam corrida na janela. Gosto do modo como elas se fundem, aumentando seu tamanho. Aprecio o modo como elas se deleitam ao serem empurradas pelo vento, e mudam sua forma para melhor escorregarem.
As gotas na janela formam um cenário meloso, que não consegue e não pode ser apreciado por todos. A chuva assemelha-se ao choro, as gotas se identificam com as lágrimas. É meu quadro de reflexão.
O barulho da chuva se assemelha ao meu interior. As tempestades são idênticas às minhas batalhas internas, ao meu pequeno mar particular em fúria. As chuvas leves são como o meu choro silencioso, carregado de emoção, que esvazia a dor do meu peito.
Depois do choro, a alma está lavada, e o peito se permite um suspiro. Estou pronto para mais, é o que ele pensa. Com um sentimento brando, o sorriso dá a graça da sua presença e ilumina o rosto molhado. O sorriso é o arco-íris que aparece depois da chuvae ambos trazem esperança e luz aos chorosos. O céu e o rosto podem se abrir novamente.

A tempestade passou. Respire sem medo.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Passar os dedos sobre a página de um livro traz uma sensação agradável. São ásperas e as letras e sinais gravados formando pequenas depressões fazem cócegas em nossa pele. Os livros trazem cheiros interessantes. Os livros velhos cheiram a mofo, com histórias adormecidas e impacientes, que esperam ansiosamente para serem lidas e levar o leitor a uma grande aventura ou história de amor. Os livros velhos têm cheiro de novo, cheiro de expectativa, e procuram atrair os leitores para seus mistérios e segredos recém gravados.
Livros são bonitos e misteriosos. Nos levam para grandes aventuras e despertam emoções. Fazem com que desejemos viver verdadeiramente essas histórias e sentir essas emoções. É ótimo ler livros e viajar para um mundo de impossibilidades.
Mas a nossa vida é um escrever de uma história. Com momentos que cheiram a mofo e momentos que exalam expectativa. A vida preenche páginas repletas de aventuras, que transbordam emoções. E nós somos os protagonistas.
É ótimo ler livros e se encantar com as histórias alheias. Mas nós somos os atores principais e roteiristas do nosso próprio livro. Cabe a nós transformá-lo em uma obra prima.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Quero chorar até mandar toda angústia embora. Aí então poderei enxergar com clareza que estrada tomar para a felicidade. As lágrimas que antes anuviavam minha visão, agora escorrem pelo meu rosto. Após a cachoeira findar, sinto-me bem. Novamente preparada. Recarregada, eu diria.