quinta-feira, 23 de dezembro de 2010



Há nove meses atrás, tu me convidaste para dançar e eu aceitei.
Tu pegaste minha mão e me conduziste a uma linda pista de dança, colocaste sapatilhas em meus pés e me fizeste rodopiar. Deve ter sido neste momento que eu perdi a noção racional. E entregamo-nos a uma linda valsa emocional.
E assim dançamos até hoje.

Às vezes, a marcha é animada, e valsamos com tanto entusiasmo que devemos até flutuar. Quem precisa de chão, não é mesmo? Saltamos em perfeitos grand écart's, em tão perfeita sintonia que parecíamos um só.
Em outros momentos, nos embalamos silenciosamente, peito contra peito, sentindo a marcha que nos rege, e deixando que nossos sentimentos se misturem. Tu me giravas, e nos poucos minutos que eu perdia tua face de vista, o medo corria-me às veias. Mas em uma pequena fração de segundo seguinte, visualizava novamente o teu sorriso, e me entregava aos teus braços.
Houve também alguns momentos em que arriscamos passos complicados. Realizamos agressivos fouettés, e, muitas vezes, nos esbarramos. Porém, tu me puxavas e me agarrava com força aos teus braços, e eu podia ouvir teu coração sussurrando ao meu 'Não me deixe', ao que o meu respondia 'E como eu poderia?'.
Formamos o perfeito dueto.

Nossa valsa constitui-se de vários atos, mas ela nunca terá fim.
E o dia em que tivermos que guardar as sapatilhas, valsaremos juntos rumo à valsa eterna. A qual será constituída apenas de perfeitas sintonias.

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