domingo, 7 de novembro de 2010




A tristeza bate dentro de mim, e eu tento expulsá-la na forma de lágrimas. É uma sensação estranha e desagradável, que me sufoca, mesmo quando tudo está bem. E tudo está bem, está ótimo. Mas eu ainda a sinto, e as lágrimas ainda rolam pela minha face.

É inexplicável a sensação de solidão que me habita. Que me trava. E eu me sinto irracional, um ser primata, que perdeu a habilidade de se comunicar com as pessoas. Eu não sei falar, eu não sei responder. Então eu sorrio, e aceno com a cabeça. As palavras morrem, e a dor vem, para me lembrar que eu sou incapaz de ser sociável.
Então, eu sinto falta. Sinto falta da minha capacidade de fazer amigos, de rir, de deixar as palavras fluírem. Sinto falta da época em que eu não me sentia julgada constantemente, e que eu podia deixar minha cabeça livre e meus braços abertos para novas pessoas. Sinto falta de laços de irmandade, daquele amor incondicional por um amigo.

E por isso eu choro. Eu choro porque as lágrimas me aliviam, levando as poucos a dor pra fora. Eu sei, amanhã a dor volta. Então eu choro de novo. E esse ciclo infeliz e sem fim se repete e se repete, até a hora em que eu pôr um final nisso. E é isso que eu quero fazer.
Quero sorrir, falar, dizer, conversar, opinar, sugerir, perguntar. Quero a felicidade plena, a paz no coração, a garganta livre. E não quero descontar em lágrimas e em ataques compulsivos por comida, que resultam em vômito e dor, em mais uma forma de pôr a dor pra fora.
Não quero mais me conformar com esta situação. Não quero mais fugir, nem me esconder. Quero sair da concha, e explorar este mar cheio de possibilidades, sem morrer na praia.

É preciso crescer. O mundo é bonito demais para vivermos de lágrimas.




Agradeço a Deus, porque Nele eu confio, e ao meu amor, pela sua paciência.

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