quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Os passarinhos ressurgiram

Um pequeno jardim, esta sou eu. O perfume e as cores que me formam hoje, não foram obras minhas; nem as melodias e cantos confortantes. Se hoje estou bem podado e plantado, se minha grama é bem verde e se meu perfume é atrativo, não, isso não é mérito meu. Atrevo-me a dizer, ainda, que se estou bem cuidado, é porque elementos importantes coloriram meu pequeno canteiro. Elementos importantes estes que são minhas flores mais belas e que ocupam posição de grande valor em mim.


Essas flores se aproximaram de mim, assim, muito devagar, e sorrateiramente foram se embrenhando por entre minhas raízes. Pouco a pouco, foram arrancando meus matinhos, podando meus galhos secos e derrubando minhas plantas venenosas. Fizeram minha grama reviver e minhas mudas tornaram a brotar. E, olhe!, os passarinhos ressurgiram! Tudo é tão perfumado. Tudo é tão bonito.


E, de repente, eu não sou mais um pequeno terreno abandonado. Meu jardineiro, o grande Senhor, se alegra com a minha aparência atual e eu sei que foi Ele que jogou as sementinhas dessas lindas flores no meu terreno. Ele as adubou e as fez florescer dentro de mim como amores inseparáveis. Flores de um jardim, amores sem fim.


Nos dias de tempestade, minhas flores foram fortes e não fugiram de mim. Meu grande Jardineiro protegeu-as e elas me apararam nesses dias de clima ruim. Estas singelas flores afundaram suas raízes e se aprofundaram dentro do meu solo, de modo que permanecemos, todos, juntos e unidos. E quando a tempestade passou, e eu me sentia destruído, as flores tornaram a florescer e me fizeram bonito de novo. Fizeram-me sorrir e o sol apareceu.


Tu, minha amiga, pulaste minhas barreiras e invadiste meus pobres canteiros. E, olhe!, os passarinhos ressurgiram!

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