quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Manuscritos na areia

No ano de 2010, ela o encontrou. E ele a encontrou.
Foi neste ano que Deus fez com que seus caminhos se cruzassem e se fundissem em um só. Sem motivos ou porquês, eles simplesmente viraram um só coração. Simples assim.
Então, de repente, seu caminho na areia da praia passou a ser marcado por dois pares de pegadas, e não apenas por um. As suas pegadas, que antes eram fundas e pausadas, devido ao peso e carga que seu corpo carregava, passaram a ser leves e variadas. Marcas do caminho que eles percorreram juntos. Uma trilha de pegadas que só quem sabe lê-la pode decifrar. E como uma partitura de música, as pegadas trilhavam no piano a mais bela sinfonia. Valsas de amor, marcas da vida.
E os pares de pegadas convergiam entre si, nos períodos de reflexão, companheirismo e amizade. O espaço enorme que de repente surge entre elas demonstra os momentos de discussões e brigas, desacordo de opiniões. Momentos que engrandecem, momentos que ferem. Que machucam. Que doem.
E então a areia passa a ser marcada por apenas um par. Momentos da música em que ele a pega no colo encerrando o período de dor, selando com beijos de amor e carícias. Momentos em que ele a ajudou a suportar as dificuldades que ela encontrou. Momentos de suporte, de apoio, de carinho.
E quando os dois pares somem é porque eles correram pro mar, celebrando a felicidade que construíram entre si.
E para 2011, foi isso que ela desejou. Amar, beijar, rir, sonhar, pular, dançar, correr, se sujar, discutir, brigar, fazer as pazes. Correr para o mar.

E quando os dois, de mãos dadas, chegam à linha feita na areia, que separa 2010 de 2011, eles sorriem. 'Um novo ano', eles pensam.
Um novo ano, uma nova sinfonia, um novo manuscrito na areia.
E ele a pega no colo, e a carrega para um novo período de sonho, amor e banhos de mar.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010



Diário de uma paixão.

Esse é o título de um livro que eu ganhei de natal, e que eu considero uma leitura muito engrandecedora para todos. O livro, mesmo tendo um nome clichê e contando a história de um romance intenso e avassalador, não tem nada de comum. Muito pelo contrário, fala sobre um sentimento um tanto incomum nos dias atuais. O livro conta a história sobre um amor verdadeiro existente entre dois jovens, nascido durante um verão, que resistiu a 14 anos de separação, saudade e dor, e que resplandece em todo seu esplendor quando os dois se reencontram, devido a um empurrão de sorte. Ou o que muitos chamam de destino. Eu prefiro chamar de obra de Deus.
Abri um espaço aqui apenas para colocar o quão emocionada eu fiquei com esta leitura, que me proporcionou algumas horas de reflexão. O livro mostra sobre como devemos pesar as prioridades da nossa vida, a sentir intensamente as coisas simples da mesma, e a aproveitar cada momento. A história é encantadora, mas não quero contá-la para não estragar a surpresa.
É lindo demais, sinceramente. Realmente todos querem viver um amor assim.

Felizmente, eu já encontrei o meu, e, mais do que nunca, após a leitura deste livro, estou grata por Deus tê-lo colocado na minha vida.
Quero viver um amor pleno assim. E agora sinto-me mais preparada para viver todos os segundos do mesmo.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010



Há nove meses atrás, tu me convidaste para dançar e eu aceitei.
Tu pegaste minha mão e me conduziste a uma linda pista de dança, colocaste sapatilhas em meus pés e me fizeste rodopiar. Deve ter sido neste momento que eu perdi a noção racional. E entregamo-nos a uma linda valsa emocional.
E assim dançamos até hoje.

Às vezes, a marcha é animada, e valsamos com tanto entusiasmo que devemos até flutuar. Quem precisa de chão, não é mesmo? Saltamos em perfeitos grand écart's, em tão perfeita sintonia que parecíamos um só.
Em outros momentos, nos embalamos silenciosamente, peito contra peito, sentindo a marcha que nos rege, e deixando que nossos sentimentos se misturem. Tu me giravas, e nos poucos minutos que eu perdia tua face de vista, o medo corria-me às veias. Mas em uma pequena fração de segundo seguinte, visualizava novamente o teu sorriso, e me entregava aos teus braços.
Houve também alguns momentos em que arriscamos passos complicados. Realizamos agressivos fouettés, e, muitas vezes, nos esbarramos. Porém, tu me puxavas e me agarrava com força aos teus braços, e eu podia ouvir teu coração sussurrando ao meu 'Não me deixe', ao que o meu respondia 'E como eu poderia?'.
Formamos o perfeito dueto.

Nossa valsa constitui-se de vários atos, mas ela nunca terá fim.
E o dia em que tivermos que guardar as sapatilhas, valsaremos juntos rumo à valsa eterna. A qual será constituída apenas de perfeitas sintonias.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Às vezes, a sensação de tristeza, de impotência, de fracasso e de insegurança a atingiam de uma maneira incontrolável. E as lágrimas escorriam de um modo violento e voraz, acompanhadas dos soluços e da respiração descompassada. Ela não aguentava mais aquilo, pois sabia que o namorado havia de cansar disto. E ele sempre tão paciente, a enlaçava em seus braços, apertando-a e oferecendo seu ombro consolador. E essa cena se repetia com certa frequência.
Certa noite, em meio a um ataque súbito de choro, acompanhado de irritabilidade, como na maioria das vezes, a garota pediu para que ele a levasse para casa. Ela não sabia o motivo, mas ela sabia que não se sentiria bem em casa também. Era como se ela não tivesse chão, não tivesse tranquilidade em lugar algum.
E ela pediu que ele a levasse, de modo grosso e brusco, como sempre fazia. Por mais que ele fosse paciente, ela sempre tinha o desejo de o diminuir, de o ofender, de o machucar. Talvez fosse uma tentativa de se sentir superior, de preencher aquele buraco que ela mesma cavava em seu peito.
Os dois foram para o carro. Quietos e tensos. E as lágrimas continuavam a escorrer pelo rosto dela, enquanto ela se esforçava para calar os soluços. Sempre disseram que choro é sinal de fraqueza.
Porém, em vez de ele seguir o caminho para a casa dela, ele fez a maior declaração de amor que ela já tivera. Quando ele parou o carro e ela desceu, ela percebeu onde estava. Estavam ambos, à luz da lua, no lugar que mais significava pra ela. No lugar onde ela havia a pedido em namoro.
E ele disse: "Quer namorar comigo?". Ao que ela respondeu que sim, entre as lágrimas, agora em uma mistura de emoção e de dor, por machucar aquele que a amava tanto, ele disse "Vou te amar para sempre". E a abraçou, apertando-a, como se os dois fossem se unir em um. E eram um. As lágrimas escorreram pela face dele, em uma cena que ela jamais iria esquecer.
E a menina prometeu a si mesma que iria melhorar, para que merecesse aquele homem que Deus dera para ela. Ela devia isso a ele.
Ele a amava. Por que haveria de ser tão insegura?

Naquela noite, ela foi dormir com um sorriso no rosto.
Pois ela sabia. Ela sabia que havia encontrado o amor da sua vida.




"Renova-me, Senhor Jesus,
Já não quero ser igual".