quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Eu gosto da chuva. Gosto do jeito que as gotas disputam corrida na janela. Gosto do modo como elas se fundem, aumentando seu tamanho. Aprecio o modo como elas se deleitam ao serem empurradas pelo vento, e mudam sua forma para melhor escorregarem.
As gotas na janela formam um cenário meloso, que não consegue e não pode ser apreciado por todos. A chuva assemelha-se ao choro, as gotas se identificam com as lágrimas. É meu quadro de reflexão.
O barulho da chuva se assemelha ao meu interior. As tempestades são idênticas às minhas batalhas internas, ao meu pequeno mar particular em fúria. As chuvas leves são como o meu choro silencioso, carregado de emoção, que esvazia a dor do meu peito.
Depois do choro, a alma está lavada, e o peito se permite um suspiro. Estou pronto para mais, é o que ele pensa. Com um sentimento brando, o sorriso dá a graça da sua presença e ilumina o rosto molhado. O sorriso é o arco-íris que aparece depois da chuvae ambos trazem esperança e luz aos chorosos. O céu e o rosto podem se abrir novamente.

A tempestade passou. Respire sem medo.

3 comentários:

  1. Chorar é necessário, assim o sorriso é mais apreciado.
    Não é preciso ter medo da tempestade, ela do mesmo modo é bela, quanto o arco- íris.
    Beijos, Juliane.

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  2. Que lindo guria. Muito lindo a descrição, e descobrir no final que todas as gotas vinham de um choro ao invés de uma tempestade figurada. Mas é assim mesmo que acontece, um céu azul sempre depois de uma terrível tempestade , hihi.
    *;

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  3. Também admiro e acompanho a chuva. Acho que é um dos fenômenos da natureza mais românticos e poéticos. Tenho muita vontade de escrever um texto sobre chuva, quem sabe um dia..
    Por enquanto, gostei muito do seu. A comparação com as tempestades, as lágrimas e o mar em fúria. A calma que vem depois.
    Aliás, gosto sempre de voltar aqui, e leio mesmo que nem sempre comente. Parabéns pelo seu um ano de blogueira. Que nós possamos continuar escrevendo por muito, muito tempo. Mesmo que um dia não seja mais nos blogs. Escrever sempre me salva.
    Beijo!

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