sábado, 30 de janeiro de 2010

Meu pequeno e simples depósito de sentimentos já fez um ano, no dia 12 de janeiro, e eu deixei passar em branco. Para muitos isso não é considerado uma comemoração. E nem este é o motivo para eu lembrar esta data.
Venho aqui lembrar esta data em uma forma de agradecimento. Um agradecimento às minhas companheiras, as palavras e também às minhas grandes aliadas, as pontuações. É muito difícil imaginar método melhor de desabafo, senão este de transpor meus sentimentos em pequeninos desenhos de comunicação. Em muitos momentos deste último ano, as palavras vieram em meu auxílio, retirando a angústia que me sufocava e me deixando respirar novamente. Meus sentimentos e sonhos muitas vezes foram convertidos nessas letrinhas mágicas, para que eu pudesse enxergá-los de uma forma mais clara. Minhas tempestades particulares, minhas cantigas de ninar e meus sonhos com gosto de morango vieram se abrigar nos sulcos que as letras deixam no papel, onde dormem tranquilamente. Foram costurados em forma de palavras, desenhados com acentuações e arrematados com pontuações.

Só quero expressar minha gratidão à elas por adoçarem meus sonhos e acalmarem meus medos. Dizer obrigada às vírgulas que me forneceram pausas para refletir e aos pontos finais que deram basta aos momentos que precisavam terminar.
Ainda, peço que nunca me abandonem, pois vocês são guardiãs dos meus tesouros e professoras dos meus sonhos.
Há um ano, desenterrei a garrafa e deixei que vocês guardassem os meus maiores segredos.

E daqui a um ano, espero estar ainda desenterrando.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Eu gosto da chuva. Gosto do jeito que as gotas disputam corrida na janela. Gosto do modo como elas se fundem, aumentando seu tamanho. Aprecio o modo como elas se deleitam ao serem empurradas pelo vento, e mudam sua forma para melhor escorregarem.
As gotas na janela formam um cenário meloso, que não consegue e não pode ser apreciado por todos. A chuva assemelha-se ao choro, as gotas se identificam com as lágrimas. É meu quadro de reflexão.
O barulho da chuva se assemelha ao meu interior. As tempestades são idênticas às minhas batalhas internas, ao meu pequeno mar particular em fúria. As chuvas leves são como o meu choro silencioso, carregado de emoção, que esvazia a dor do meu peito.
Depois do choro, a alma está lavada, e o peito se permite um suspiro. Estou pronto para mais, é o que ele pensa. Com um sentimento brando, o sorriso dá a graça da sua presença e ilumina o rosto molhado. O sorriso é o arco-íris que aparece depois da chuvae ambos trazem esperança e luz aos chorosos. O céu e o rosto podem se abrir novamente.

A tempestade passou. Respire sem medo.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Passar os dedos sobre a página de um livro traz uma sensação agradável. São ásperas e as letras e sinais gravados formando pequenas depressões fazem cócegas em nossa pele. Os livros trazem cheiros interessantes. Os livros velhos cheiram a mofo, com histórias adormecidas e impacientes, que esperam ansiosamente para serem lidas e levar o leitor a uma grande aventura ou história de amor. Os livros velhos têm cheiro de novo, cheiro de expectativa, e procuram atrair os leitores para seus mistérios e segredos recém gravados.
Livros são bonitos e misteriosos. Nos levam para grandes aventuras e despertam emoções. Fazem com que desejemos viver verdadeiramente essas histórias e sentir essas emoções. É ótimo ler livros e viajar para um mundo de impossibilidades.
Mas a nossa vida é um escrever de uma história. Com momentos que cheiram a mofo e momentos que exalam expectativa. A vida preenche páginas repletas de aventuras, que transbordam emoções. E nós somos os protagonistas.
É ótimo ler livros e se encantar com as histórias alheias. Mas nós somos os atores principais e roteiristas do nosso próprio livro. Cabe a nós transformá-lo em uma obra prima.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Quero chorar até mandar toda angústia embora. Aí então poderei enxergar com clareza que estrada tomar para a felicidade. As lágrimas que antes anuviavam minha visão, agora escorrem pelo meu rosto. Após a cachoeira findar, sinto-me bem. Novamente preparada. Recarregada, eu diria.