quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Último dia do ano. Foram tantos momentos e tantas surpresas que aconteceram em um espaço de tempo teoricamente extenso, mas que na prática passou relativamente rápido. E agora, quando as horas começam a se agitar ansiosas para alcançar o próximo ano, sentimos uma dor suave e saudosa. São cócegas que nos inquietam e nos fazem refletir sobre tudo que vivemos no decorrer desse espaço de tempo, e nos fazem implorar para que 'voltem, deixe eu viver isso mais uma vez'. Ainda, analisamos os ganhos e perdas do ano, prometendo não cometer mais os mesmos erros daqui pra frente, e percebendo o quanto aprendemos com as escolhas que fizemos, sendo elas certas ou não.
Cada atitude ou passo é um ganho de experiência, é uma fotografia ou uma filmagem, uma cena do nosso filme particular, que ficam gravadas na memória para que possamos revê-las e aquietar um pouco a saudade que nos cutuca.
Às vezes dói lembrar de tudo o que passamos, e perceber as lacunas que poderíamos ter preenchidos e as situações que poderíamos ter contornado. Mas assim é a vida, uma sucessão de fatos, um correr das horas, uma maratona de sentimentos. Viver é sorrir e chorar. E agora, vendo o ano que passou, percebo o quão maravilhoso ele foi para mim. Com toda certeza, aprendi muito, chorei muito e sorri muito. Entrei para faculdade, conheci pessoas maravilhosas, senti saudade de casa, aprendi não estando em casa, aprendi a lidar com situações que eu nunca tinha visto antes.
E ao mesmo tempo que me sinto incrivelmente feliz por esse ano que eu percorri, sinto dor por ele ter passado.

Então, no meio de sorrisos e lágrimas, olho para o céu e aguardo 2010 acordar.

domingo, 20 de dezembro de 2009


Acordei. Abri os olhos hoje, e ao ver o sol se intrometer no meu quarto pela fenda da cortina, senti um sorriso penetrar por entre as minhas bochechas. Um bom sinal, eu diria. Por ser domingo, ainda mais o domingo de advento, fui à igreja com a minha família. Comi alimento duradouro. À tarde, resolvi ir para a piscina. Nadei. Dentro da água, dentro da minha cabeça, dentro dos meus sonhos. Mergulhei por entre meus pensamentos, dirigi meus filmes interiores, ao som de minha própria trilha sonora.

Um típico dia de férias.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Por que? Quando estamos com o coração vazio e livre queremos alguém para preenchê-lo, para sonhar, para almejar. Quando possuímos um intruso em nosso peito, folgado que ocupa a maior parte da nossa traquéia e impede-nos de pegar um fôlego, e que não corresponde a nossa obsessão, queremos um coração sossegado, em paz. E a pergunta que todos se fazem é esta: Por que temos que ter tantas trilhas no caminho se queremos seguir apenas por uma?

Por favor, deixe-me tomar um fôlego.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Como é possível converter em palavras sentimentos que nem eu bem conheço? As palavras me envolvem e me espetam. Revoltadas, se sentem vazias. Querem que eu as preencha com meus sentimentos. O que elas não entendem é que eu também quero arrancar essa pressão do meu peito e transformá-la em doces letras dormindo em um papel. Mas como um maestro pode reger sua orquestra sem saber que música tocar? Me deêm um tempo, impacientes frases, para que eu as organize de forma confortável.
Minhas mãos escorregam pelo teclado, deslizando em suas melhores piruetas, caminham pelas letras, pululam pelos acentos. Os sentimentos teimosos insistem em dormir em minha garganta, e, por um grande momento, preciso parar para pegar um fôlego. Eu preciso de ar. De uma folga.
Saiam, sentimentos! Façam uma pequena pausa.

E assim, eu sou o maestro. Regindo uma grande sinfonia. E assim vou ministrando em todos os lados, juntando acento, número, sentimento, emoção, lágrima e letras em uma criação que atinge todos os sentidos. Quem ouve, lê ou sente se emociona. Adquire para si um pouco do meu sufoco.
E por um minuto, todos choram, todos riem. E tudo é tão mágico. Ao som da trilha sonora perfeita, as lágrimas formam trilhas brilhantes nos rostos da platéia e os sorrisos sentem o gosto salgado. Por apenas um minuto, é tudo tão alvo.

Então, é hora de finalizar a sinfonia. Com o coração mais leve e a garganta mais livre, fecho as cortinas. Os olhos úmidos podem descansar em sonhos mais leves. As palavras e os sentimentos dormem agora em sulcos do papel, se preparando para um novo show.

Pois nesta vida tão intensa, eles também precisam de uma pausa. É um tempo para respirar fundo e se preparar para novas sinfonias.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Um lugar onde só se encontram sorrisos e as lágrimas só aparecem se estiverem recheadas com felicidade. O amor passa e permanece, mas somente se não causar sofrimento a nenhum lado envolvido. Um lugar onde o ticket de entrada é o fechar dos olhos e o abrir da mente e do coração. Um refúgio, uma clareira no meio da floresta densa.

Um viver de olhos fechados, um sonhar de olhos abertos.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Não posso deixar de converter em palavras.

Durante os últimos tempos, tentei viver sozinha, dando desculpas para Deus. E não posso deixar de expressar o quão tola eu fui. A famosa frase "Cada um sabe o que é certo pra si" é falsa para mim. Eu não sei nada, não sei por onde seguir. Mas Ele sabe. Não quero induzir ninguém a acreditar no que não quer. Mas eu garanto que vale a pena. Há tempos venho pedindo a Deus muitas coisas, mas me finjo de desentendida quando Ele me pede algo. Tenho pena de mim.
Há pouco tempo, voltei a olhar Deus de frente, a conversar com Ele. E posso dizer que Ele preencheu o vazio que eu sentia. Fez toda a diferença. As coisas que eu pedia foram aparecendo à medida que eu cumpria o que Ele me pedia. Um relação de carinho mútua, com ganhos recíprocos.

O meu coração andava vazio. E eu me sentia angustiada e sem rumo. Meu coração desesperado procurava por todo lado. Mas a bússola que me guia finalmente pode apontar para um rumo. E estou totalmente grata por Ele me dar alguém para amar.

É inexplicável. Eu estava tão acostumada com o vazio do meu coração, que o recheio implantado ali dentro me provoca uma sensação estranha. Encontrei finalmente o X do meu mapa.