sexta-feira, 31 de julho de 2009

Não sei como você é, nem como é o seu jeito. Não sei do que você gosta, nem o que costuma fazer. Não sei o que lhe irrita, não sei o que lhe faz sair do sério. Não sei onde você está agora.
Mas eu sei que você existe. Sentada no parapeito observo as nuvens descobrindo o sol. Um dia serão elas que me observarão descobrindo você.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Rápido e indolor como arrancar um bandaid da pele, simples e complexo, aconteceu. A pele então cicatriza, e guarda marcas do que um dia ocorreu. Está pronta para novos desenhos.

sábado, 25 de julho de 2009

Por um segundo, pensei que todas minhas paredes estava desmoronando. Que meu chão havia sumido, e eu caía em um buraco sem fundo. O ar me faltava. Eu sufocava. Meus guardas falharam, deixando os invasores entrarem. Me demoliram. Transformaram-me em ruínas de um castelo que um dia fora fortemente fechado e protegido. Tudo ficou cinza e seco. As janelas, mergulhadas agora num mar de sal, tentavam pedir ajuda para alguém que passasse. Mas ninguém pararia. Ninguém quer ruína de gente.
Felizmente a sala de máquinas ainda funcionava. Batia numa marcha de recomeço. Foram segundos de derrota, seguidos por sorrisos de recomeço. Porque, felizmente, no mundo, sempre há construtores de castelos que vagam por aí procurando um castelo para reconstruir.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Vivo no meu mundinho fechado. Olho só pra dentro, e respiro a chuva que embaça o vidro do meu lado. Não que eu seja egoísta. Não sou mesmo. Mas gosto de sentir intensamente, observar a chuva escorrer na janela, ouvindo músicas que despertam o cair das minhas lágrimas. Não gosto de ficar deprimida, não entendam isso. Mas eu admiro o viver a emoção, o sentir o que eu verdadeiramente sinto. Deixo que os meus pensamentos e sentimentos fluam, junto com a chuva, clareando minha cabeça e preparando meu coração para novas marés de emoções. Assim, sento, escuto, respiro, sonho, penso. E a chuva me lava.
Meu céu fica limpo, e estou preparada para novas ondas de sentimentos.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Sentada no jardim, ela esperava por ele. Seu Romeu. Ela não sabia o que pensar, o que fazer. As lágrimas eram duvidosas e coloriam sua face. Estava cansada de esperar. E ele não chegava. Todos diziam o que ela devia sentir, o que ela devia pensar. Mas tudo que ela queria era que ele a levasse para um lugar onde ficassem sozinhos. Onde pudessem fechar os olhos e sentir o que quisessem. Onde não poderiam ser vistos por ninguém. Onde teriam um livro no qual eles mesmos escreveriam sua história, perfeita, detalhada, sem erros, sem intromissões de pessoas que não sabem o que verdadeiramente sentiam.
Ele não chegava, mas ele existia. Estava perto, ela podia sentir.
Ela chamava por ele, ele não respondia. E ela implorava, 'só diga sim'.

Em algum outro lugar, a distância não se sabe, havia alguém que procurava uma certa pergunta para responder sim. Ele chegaria, não há dúvidas quanto a isso.
E o livro estaria pronto para começar a ser escrito. Seriam Romeu e Julieta com final feliz.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Deixe-me flutuar e esvaziar meus pensamentos. Preciso assimilar. A cortina de água na frente dos meus olhos já está se abrindo, permitindo que eu entenda o que realmente será bom. Assim será melhor.
Gracioso ponto final, permito que saia das linhas de letras do papel e deixe-me utilizá-lo para finalizar coisas que precisam ser acabadas. No entanto, tudo que foi construído não morrerá, mas ficará como um forte, para o qual os olhos voltarão saudosamente. Serão apenas mãos dadas agora. Não mais do que isso.

O que tiver que ser será, já dizia o poeta.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

As lágrimas que agora derramo não podem ser explicadas com os sorrisos de ontem. Ou até podem. Sorrisos que ficaram na lembrança, e que hoje não posso mais visualizar. Ficaram como memórias, que chovem dos meus olhos. Não tem como não lembrar, como não sentir. Não chorar será permitir que a dor viva dentro de mim, apagando todas as boas lembranças vividas. Não posso mais lhe ver, mas posso reviver. Chorar vai tirar as lágrimas da frente dessas memórias, desanuviando-as. Como se as lágrimas pudessem lavar as memórias, desembaçando-as. Bobas são aquelas pessoas que dizem 'Não chora, menino!"

Chorar lava não só a alma, mas como tudo aquilo que você viveu. Renova as lembranças, não permite que a dor embace as memórias boas.
Cada lágrima que derramo agora é para poder lembrar mais de você. Assim, em meio as lágrimas que lavam meu rosto, sorrisos salgados se abrem. Por que tanta dor? Se tudo que vivemos foi tão feliz?
Por isso, chora, menino! Permita que seu cérebro deixe seus olhos visualizarem as boas memórias que estão por baixo da dor.


- Eu te amo, bisa. Cedo ou tarde, a gente vai se encontrar de novo.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Porque a dor que um dia escorreu pelos meus olhos não pode ser comparada à alegria que hoje valseia no ritmo do meu coração.