domingo, 31 de maio de 2009

Eu sou uma pedra.

"Eu sou uma pedra."
"Uma pedra?"
"Pedras são resistentes e impenetráveis. As coisas que lhe atingem quase não lhes danificam. Pedras são seguras, confiantes. Têm a beleza de uma fortaleza, que guarda tesouros misteriosos.
As facadas que tentam lhe atingir não as destroem, não as danificam, não as desmoronam. Deixam apenas sulcos, cicatrizes de algo que ocorreu um dia. Mas não causaram dor, nem causarão.
Pedras são mestras. E não é qualquer um que tem acesso ao seu interior.
Ser uma pedra é ser seguro. Ter força diante de tudo que vem. É ser forte, ser corajoso para perceber que as facadas da vida doem só no momento. A dor passa. As marcas ficam.
Marcas de uma vida inteira de obstáculos vencidos riscadas na superfície de uma rocha. Mas as facadas não conseguem acessar seu interior.
As pedras são bonitas de uma beleza corajosa. Elas sentem dor, mas não demonstram. Agüentam, superam. Afinal, em breve, a dor seria apenas mais uma marca no registro riscado de sua vida."

A beleza de ser uma rocha é saber proteger a flor existente ali dentro.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Questão de resistência

O papel está em branco hoje. Não me faltam palavras, elas sempre estão aqui. Tampouco inspiração. Esta vem de dentro, mora comigo. O papel está em branco porque meus sentimentos resistem em sair do meu peito. Eles estão confusos e parecem preferir o aperto do meu peito à maciez do papel. Hoje, os sentimentos não querem adquirir a distinta forma de letras. Não querem ser definidos por pontos finais. Tudo bem.
Eu vou dormir, e eles vão mergulhar nos meus sonhos.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Busca perolada

Quando eu era pequena, papai me disse que eu era um pérola. Encontrada no fundo do mar, dentro de uma concha. Depois de muito esforço, fui tirada de lá e fui tratada com o maior cuidado possível. Era cuidada com devido valor, e carregada e vigiada atentamente. Mas papai me disse que não poderia cuidar de mim o tempo todo, e que eu precisaria encontrar um outro encarregado. Mas quem, papai, saberá tratar-me com o zelo que você me tratou até agora? Papai me contou que haveria alguém nesse mundo disposto a me proteger e me vigiar atentamente que nem ele fazia. Bastava eu esperar. Ele apareceria.
Candidatos apareceram. Mas eles não tinham o carinho necessário para me manusear. Eu era uma pérola, precisava de cuidado. Eles não sabiam. A pérola precisa de atenção. Nem todos estavam dispostos a isso.

Em outro lugar, havia alguém angustiado. Ele sentia que tinha algo esperando por ele. Algo que contava com a sua ajuda. Ele procurava por isso. Anciava por isso.

A pérola esperava. O joalheiro procurava.
Só ele saberia transformá-la na jóia mais perfeita.

Muitos poderiam tentar. Mas só um iria conseguir.



- A indiferença me nauseia.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Feliz para sempre

Então o príncipe beijou Branca de Neve e retirou do sono que a embalava. Eles casaram e ele a levou para o seu castelo. Para viverem felizes para sempre. Rapunzel era prisioneira em uma torre, mas seu príncipe a salvou. Eles viveram felizes para sempre. A pequena sereia se apaixonou por um humano. Ele era seu príncipe. Viveram felizes para sempre. A bela se apaixonou pela fera. Mas a fera era na verdade um príncipe. Eles casaram e viveram felizes para sempre. Jasmim não gostava de nenhum dos príncipes que seu pai lhe apresentava. Ela conheceu um rapaz pobre na rua. Ele era seu príncipe. Eles casam e ficam felizes para sempre.
Lindo, né? "Pára de sonhar, filha!"
Alice não acredita no impossível. Mas a rainha lhe disse que era preciso aprender a fazê-lo. Quem determina o limite da possibilidade? O que é impossível para você pode ser muito possível para mim.


Está na hora de eu escrever meu próprio conto de fadas.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Silêncio.

Eu ouvia sempre. Eram batidas ritmadas, com sintonias agitadas. Numa hora era samba, na outra era rock. Elas não paravam. Eram agitadadas, barulhentas. Não conseguia me concentrar em nada. Elas roubavam meu sono, e me faziam dançar no seu ritmo. Ritmo extressado. Era meio sufocante. Eu ia enlouquecer se elas não me deixassem, ou se, pelo menos, não me dessem um tempo.
Então ele chegou. Foi rápido demais, e eu demorei pra perceber que as batidas haviam sumido. Ele viera com novas sintonias confortantes e tranqüilas, que tomaram o espaço das batidas agressivas. Elas me acalmaram. Me fizeram sorrir.
Ele chegou e trouxe uma calma ao meu tambor inquieto. Agora eu podia dormir.

Meu super herói me salvou. Silenciosamente.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Orquestra

Ajudem-me, palavras, porque só vocês podem me desengasgar. Dancem, dedos, pelo papel e registrem a sintonia do maestro que lhes regem. Saiam sentimentos e se convertam em letras, pontuações e sinais gráficos para que eu possa guardá-los no papel e não mais comprimí-los em meu peito. Desgastem, mãos, de tanto escrever, até liberarem os meus anseios escondidos. Braços, mãos e dedos, regidos pelo grande maestro, o coração, que dita a sintonia, dancem a valsa que lhes é imposta. Fiquem leves para que os sentimentos possam correr por vocês e se abrigar nos sulcos do papel que o lápis cria. Palavras, quem as criou, talvez não soubesse o grande feito que fizera.
Mãos que dançam pelo papel, dedos que sapateiam. O coração rege, e os braços valseiam. Que linda osquestra formam! A música é suave, aliviante.

Que a orquestra finde com um ponto final. A fim de impactar. Silenciosamente.
Os sentimentos são liberados e dançam na minha frente, felizes por terem um grande espaço para flutuar. Assim vão dormir agora nas marcas que o lápis deixa no papel. O coração agora vai ficar aliviado por estar vazio, novinho. Pronto para receber novas sintonias para reger.
Os sentimentos já não são sentimentos. São letras, pontuações e sinais gráficos que descansam sob o papel. Ponto final. Fim do ato.

Fecham-se as cortinas. Abre-se o coração.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Amizade

Como é possível converter saudades em lágrimas? Sentir aquela dor aguda no peito, que sufoca. O grito não chega a sair. Ficou entalado na garganta. Sufocando. Eu quero chorar, mas não consigo. O fôlego entalou. Tudo o que eu posso fazer é sentar e reviver na mente os momentos a que eu tanto quero voltar. A saudade é cruel. Ela machuca. Ela sufoca.
Como é bom reviver os momentos todos que nós passamos, meninas. Momentos divertidos, engraçados. Momentos de brigas, sérios. Só queria ter a chance de poder voltar e fazer tudo como foi feito. Todos os abraços, apoios. Tão necessários, e agora tão longes. Só queria poder voltar um pouquinho e sentir a felicidade que sentia. Eu sabia disso.
A lágrima é salgada. Mas as lembranças são doces.
Foram tantas histórias, tanta vida vivida. Tanto sentimento disposto, tanto apoio recebido.
Todas vocês foram importantes na minha vida e me fizeram ser quem sou. Carrego um pedacinho de cada uma de vocês, bem apertadinho. Pra nunca mais esquecer. E tem como esquecer? São lembranças que eu prendo, pra não escorrerem pelos olhos. E por mais que doa lembrar e não poder vê-las perto de mim, ainda prefiro guardar comigo tudo isso.
Há uma famosa frase que diz: "Eu era feliz e não sabia". Isso não se encaixa pra mim. É uma frase tão vazia e sem sentimento. Alguém que não deu valor.
Agradeço a Deus por todas vocês comigo, e apesar de tantos quilômetros, ainda estão aqui. Amizades inabaláveis, que o tempo não destrói e a distância não afeta.

As lágrimas são salgadas, mas os sentimentos são doces. A amizade é doce.
"Eu era feliz e não sabia". Não. Eu era feliz, e, com certeza, eu sabia disso.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Ele era desapegado. Ela era desconhecida. Mas assim, de repente, ela apareceu. Apareceu, e ele percebeu que ela era diferente. Ele, impressionado. Ela, tímida. Não que ele estivesse apaixonado, não era do seu feitio se apaixonar assim. Mas ele queria, e como queria. Ele, admirando. Ela, admirada. Ela era bela, uma beleza cativante, diferente e admirável. Inocente, quieta e maravilhosa. Ele, esperançoso. Ela, distante. Talvez não por vontade própria, mas por simples coincidência do destino, ela se mantinha longe. As amizades, as falsas histórias que ela ouvia. Pareciam conspirar contra ele. Mas valia a pena insistir. Ele, insistente. Ela, indiferente. E num ato não muito bem planejado, ele tentou. Ele, empolgado. Ela, direta. O 'não' lhe atingiu como uma rasteira. Caído, desarmado. Mas desistir também não era do seu feitio. E aos poucos, sutilmente, ele começou a se fazer notado. Ele, crente. Ela, acessível. Pouco, mas acessível. O suficiente para que ele se aproximasse e mostrasse quem ele realmente era. Ele, desconhecido. Ela, curiosa. E por mais incrível que pareça, ele se mostrou ser um cara legal. Gentil, ao contrário do haviam lhe dito. Querido, diferente do que haviam lhe falado. E a cada gesto, a cada palavra, ele tentava conquistá-la. Ele, diferente. Ela, interessada. E foi assim que ele conseguiu, e percebeu, que por mais que tenha demorado, valeu a pena. Nenhum dos dois estava perdidamente apaixonado logo após o primeiro beijo, mas ambos estavam, digamos que, envolvidos. Ele, satisfeito. Ela, também. Só que depois do primeiro, veio o segundo, o terceiro, ... E ele foi percebendo que ela não era apenas mais um rostinho bonito, e que por trás daqueles olhos hipnotizantes, havia uma pessoa interessante. Mas não era tão simples assim. Ele, relutante. Ela, cautelosa. Era difícil para ele. Não era do seu feitio. E ela ainda temia não conhecer ele de verdade. Ele, recusou. Ela, não insistiu. Ele não queria largar sua vidinha. Mas não conseguia deixar de conversar com ela, olhar para ela. Ele, indeciso. Ela, receosa. A fase da vida deles também não era a mais propícia, convenhamos. Uma vida completamente diferente da qual eles estavam acostumados. E mesmo assim, ele não conseguia deixar de querer vê-la, querer conversar com ela, querer beijá-la. Não podia ser amor, ele ainda tinha muito para 'curtir'. Mas a curtição já não fazia muito sentido. Ela também esperava por ele, mas não podia esperar a vida toda. Ele tinha que escolher, e escolheu.Hoje, ele não tem mais dúvida sobre a escolha certa. Hoje, ele agradece, ter feito a escolha que fez. Seria tolice da parte dele, achar que tinha alguma coisa a ganhar escolhendo a outra opção...


Como estão os dois hoje? Ele, apaixonado. Ela, também.


Por: Leonardo

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Desejos

Eu quero correr entre os lírios e cair nos teus braços. Quero pegar a tua mão e, juntos, corrermos pelas ruas. Quero sentir teus braços me protegendo quando a escuridão chegar. Quero sentir tua respiração no meu rosto quando eu sentir medo. Quero ouvir você sussurrar coisas pra me distrair. Quero ter certeza que você estará comigo todos os dias. Quero que sua mão esteja ao alcance quando eu tropeçar. Quero que você me deixe chorar e diga que está tudo bem. Quero andar de mãos dadas sentindo o sol aquecer nossa pele. Eu quero que você me carregue no colo. Eu quero que você me jogue pro céu e me apanhe quando eu cair pra que eu me sinta protegida. Quero que você me diga as coisas que as pessoas já não dizem mais. Quero que você me conte sobre o seu dia, os seus segredos. Quero que você olhe pra mim e veja mais do que aparência. Quero que você esqueça o que os outros dizem e escute o seu coração. Quero que o seu coração bata no mesmo ritmo que o meu. Quero dançar valsa de manhã. Quero te abraçar na chuva e sentir a água escorrer pelos nossos rostos. Quero rir demais até a barriga doer. Quero que você me faça feliz. Sempre.

Quero ouvir você cantar pra mim todos os dias, mesmo desafinado.
Quero você aqui.

domingo, 3 de maio de 2009

Impacto 2009

Impacto. Impactante. Fazer diferente. Ser diferente.
Todos podem ser diferentes, mudar algo, melhorar algo. Impactar. Todos tem essa chance. Bem ali. É só pegar.
Temos essa oportunidade diante de nossos olhos. E ela nos chama, grita por nós. Não queremos ver, viramos o rosto. Porque somos descrentes ou porque simplesmente gostamos de uma vida acomodada. Impactar não é fácil. É preciso de força, garra e coragem. Não é para acomodados, definitivamente. É difícil, mas faz bem.
Você tem essa oportunidade. Eu também. É só pegar. Não tenha medo, você não está sozinho.

Faça a diferença. Impacte.

"Não posso pagar, não posso pagar,
tudo que eu faço é tão pouco diante do preço que foi pago para me salvar".
Mas você pode tentar. Impactando.